Na sessão desta segunda-feira (28), o Ibovespa voltou a subir, após duas quedas consecutivas. O indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, refletiu o otimismo vindo do exterior, principalmente dos Estados Unidos.
Em resumo, o indicador subiu 1,11%, a 117.121 pontos. Com isso, reduziu as perdas em agosto para 3,95%, queda considerada pequena para a quantidade de pregões negativos.
A saber, o Ibovespa subiu em apenas quatro das 20 sessões realizadas em agosto, ou seja, caiu em 16 pregões. O resultado é péssimo para o indicador, que chegou a cair por 13 pregões consecutivos, maior sequência de quedas já registrada na história. Contudo, as perdas acumuladas não são tão significativas assim para tantos recuos.
Em 2023, o indicador reserva ganhos de 6,73%, o que evidencia a força do mercado acionário nos primeiros meses deste ano. Aliás, o Ibovespa chegou a acumular alta de mais de 11% entre janeiro e julho, mas o mês de agosto não foi muito positivo para o mercado acionário, que caiu em 80% dos pregões realizados.
Notícias dos EUA impulsionam Ibovespa
No pregão de hoje (28), os investidores repercutiram o diagnóstico do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, em relação à economia norte-americana. Em suma, os investidores acreditam que a entidade não deverá mais elevar os juros na maior economia do planeta, visto que a taxa se encontra, atualmente, no maior patamar em mais de duas décadas.
Embora a expectativa seja positiva, a realidade pode ser bem diferente. Nem todos estão confiantes com a manutenção dos juros, e alguns ainda apostas em novas elevações da taxa por parte do Fed, uma vez que a economia americana segue resiliente, bem como o mercado de trabalho americano.
De todo modo, o que prevaleceu no pregão desta segunda-feira (28) foi a expectativa de manutenção dos juros. Caso isso realmente aconteça, os títulos norte-americanos deixam de ficar tão atrativos, pois a sua rentabilidade cresce com o aumento dos juros, e recua se estes também o fizerem.
Como os investidores deixaram de achar os títulos americanos tão atraentes assim, recorreram aos ativos de risco, de países emergentes, como o Brasil. Por isso, o Ibovespa fechou a sessão de hoje no azul, refletindo a busca de investidores por ativos de risco.
China também influencia Ibovespa
Os investidores não ficaram atentos apenas aos Estados Unidos. A China, segunda maior economia do planeta, também entrou no radar dos analistas, que tiveram sentimentos positivos nesta segunda-feira (28), apesar das preocupações que ainda rondam o país asiático.
Do lado positivo, o governo da China promoveu incentivos a investidores, animando o mercado. O governo chinês reduziu pela metade um imposto sobre as negociações de ações, numa clara tentativa de aumentar a confiança dos consumidores e fortalecer o mercado de capitais.
Por outro lado, o setor imobiliário chinês continua preocupando o mercado. A construtora Evergrande voltou a ter ações negociadas na bolsa após uma suspensão de 17 meses. Contudo, o primeiro dia foi terrível para a empresa, que viu suas ações derreterem quase 80% na Bolsa de Hong Kong.
Vale destacar que o setor imobiliário é o mais importante para a China, e a Evergrande já chegou a ser a maior empresa do setor. A construtora perdeu quase todo o seu valor de mercado nos últimos anos. A título de comparação, a empresa era avaliada em US$ 50 bilhões em 2017, mas seu valor de mercado chegou a cair para menos de R$ 600 milhões no pregão de hoje.
58 ações fecham dia no azul
Na sessão de hoje, 58 das 85 ações listadas no Ibovespa subiram, evidenciando a disseminação das altas no dia. A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 13 bilhões nesta sessão, valor bem menor que a média diária de agosto, de R$ 17,9 bilhões.
A saber, os bancos se destacaram na sessão, refletindo o otimismo dos investidores, que deixaram os títulos americanos de lado e buscaram as ações bancárias no Brasil. Os destaques do setor ficaram com os papéis do Itaú Unibanco e do Bradesco, que subiram 3,39% e 3,24%, respectivamente.
Outro destaque foi a mineradora Vale, cujas ações concentram mais de 12% da carteira teórica do Ibovespa. Na sessão, os papéis subiram 1,43%, ajudando a impulsionar o índice.
Da mesma forma, as ações da Petrobras, que respondem por cerca de 12% da carteira do Ibovespa, também subiram na sessão. O avanço de pouco de 1,0% fortaleceu o resultado do pregão.