IBGE prevê safra RECORDE de grãos de 302,1 milhões de toneladas para 2023
Estimativa do IBGE indica recorde da safra, impulsionada pelas colheitas de milho e soja, que também deverão ser as maiores da série histórica
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana a mais nova estimativa para a safra de grãos de 2023. Após iniciar o ano com estimativas um pouco menores, os dados mudaram a trajetória e passaram a crescer em março, repetindo esse feito em abril.
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 302,1 milhões de toneladas neste ano.
A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 299,7 milhões de toneladas em 2023. Isso quer dizer que as projeções para a colheita cresceram 0,8% em relação a março, variação que corresponde a 2,4 milhões de toneladas.
Já na comparação com a safra obtida em 2022, a colheita neste ano terá um crescimento de 14,8%. Este percentual representa um aumento de 39 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado.
Vale destacar que essa estimativa do IBGE representa um recorde para a safra de grãos do Brasil. Aliás, o IBGE também prevê que as safras de soja e milho registrem os maiores níveis históricos em 2023, impulsionando assim a safra nacional de grãos.
Produção da soja deve crescer 24,7%
Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 149,1 milhões de toneladas neste ano. Isso representa uma disparada de 24,7% na comparação com a safra de 2022. Inclusive, o aumento ficou tão expressivo assim devido às dificuldades enfrentadas em 2022, que tornaram enfraqueceram a base de comparação.
Já em relação ao milho, a estimativa do IBGE ficou em 119,9 milhões de toneladas. Em resumo, esse valor se divide nas duas safras do grão, com a 1ª safra devendo totalizar 27,9 milhões de toneladas e a 2ª safra chegar a 91,9 milhões de toneladas de milho. As novas projeções representam uma alta firme de 8,8% em relação à colheita de 2022.
Outro destaque dessas novas estimativas foi o trigo. De acordo com o IBGE, a estimativa para a produção do grão chegou a 9,9 milhões de toneladas. Em suma, isso corresponde a um crescimento de 0,9% em relação às projeções anteriores do IBGE, mas o volume deve ficar 1,7% menor que o observado em 2022.
“De uma forma geral, a safra deste ano foi beneficiada pelo clima mais chuvoso em quase todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, onde houve falta de chuva durante a safra de verão. No ano passado a escassez de chuvas no estado foi ainda maior, e afetou também outros estados“, disse o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
Também, na nova previsão destacou-se o café, cuja produção se beneficiou com o clima favorável. As estimativas do IBGE indicam que a safra do grão deverá totalizar 3,3 milhões em 2023, alta de 5,5% em relação ao ano passado.
“O clima este ano foi tão bom que, embora esperássemos uma produção menor, devido à bienalidade negativa do café arábica, ela está crescendo 13,0%, invertendo essa bienalidade. Enquanto o clima nesta safra beneficiou as lavouras, o da safra passada prejudicou“, explicou Barradas.
Centro-Oeste lidera produção de grãos
Além disso, o IBGE revelou que, entre as regiões do país, apenas o Norte apresentou queda em suas estimativas frente o prognóstico anterior, de -0,9%. Por outro lado, houve alta nas projeções das demais regiões: Sudeste (3,3%), Centro-Oeste (0,9%), Nordeste (0,4%) e Sul (0,4%).
Já na comparação com a safra de 2022, todas as regiões brasileiras tiveram resultados positivos. O maior avanço anual deverá ser registrado pelo Sul (28,8%), seguido por Centro-Oeste (12,6%), Norte (11,9%), Sudeste (4,3%) e Nordeste (2,8%).
Segundo o Instituto, o Centro-Oeste deverá concentrar 48,7% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em segundo lugar, com uma taxa duas vezes menor, deverá ficar o Sul (28,0%), seguido por Sudeste (9,6%), Nordeste (8,7%) e Norte (5,0%).
No que se refere às unidades federativas (UFs), o Mato Grosso deverá ser o maior destaque nacional. Em síntese, o estado é o maior produtor de grãos do país, respondendo por 30,7% da produção nacional.
Na sequência, deverão ficar Paraná (15,5%), Rio Grande do Sul (10,1%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6,0%). Aliás, esses seis estados, quando somados, deverão somar 80% da produção nacional. Isso mostra que poucos estados deverão concentrar a maioria absoluta da produção de grãos do país.
Destaques de abril
O IBGE ainda ressaltou quais itens se destacaram nas estimativas de abril, em relação ao prognóstico de março. Em resumo, o maior avanço veio do sorgo (14,6%), seguido por batata 3ª safra (7,2%) e cana-de-açúcar (5,4%).
Os únicos declínios foram registrados por cevada (-2,6%), café canephora (-2,0%) e café arábica (-0,4%). Por fim, as estimativas para a safra de grãos são divulgadas mensalmente pelo IBGE. Por isso, todas as estimativas são passíveis de alterações no decorrer deste ano.