Mais de 40 milhões de pessoas ainda têm direito a R$ 6 bilhões em Valores a Receber (SRV), um sistema criado pelo Banco Central para localizar dinheiro esquecido em contas inativas de bancos, corretoras, fintechs ou consórcios, conforme informado pelo Banco Central. A soma total do dinheiro disponível para pessoas e empresas nos bancos chega a R$ 7,5 bilhões.
Saiba como recuperar o dinheiro esquecido?
O Sistema de Valores a Receber do Banco Central (BC) permite que cidadãos e empresas consultem se possuem dinheiro em bancos e outras instituições financeiras. A consulta é totalmente gratuita, não sendo necessário realizar qualquer pagamento para solicitar ou verificar os valores.
Entretanto, desde sua implementação em 2022, o SRV tem sido alvo de esquemas fraudulentos elaborados por golpistas visando subtrair valores de correntistas. O Banco Central enfatiza, por meio de nota, que não envia links por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram, e também não entra em contato com indivíduos para tratar sobre valores a receber ou confirmar dados pessoais.
A autoridade monetária alerta que somente a instituição listada no Sistema de Valores a Receber pode entrar em contato, sem nunca solicitar senhas.
Como realizar a consulta?
Para realizar a consulta, é necessário acessar o site oficial do SRV: https://valoresareceber.bcb.gov.br/publico. Não é preciso fazer login, basta inserir o CPF e a data de nascimento ou o CNPJ e a data de abertura da empresa. Além disso, é possível consultar dinheiro de pessoas falecidas informando o CPF e a data de nascimento delas.
Ao verificar que há dinheiro a receber, basta acessar o sistema pelo site do Banco Central em valoresareceber.bcb.gov.br. Dentro do Sistema de Valores a Receber (SVR), é possível conferir o montante a receber, a origem do valor, a instituição responsável, dados de contato e outras informações relevantes, quando aplicável.
Há duas maneiras de receber o valor indicado no SVR:
1. Entrar em contato com a instituição responsável pelo valor e solicitar o recebimento;
2. Fazer a solicitação dentro do sistema, sendo necessário que a instituição tenha aderido a um Termo do Banco Central e que o solicitante possua uma chave Pix válida (que não seja aleatória).
Entenda mais sobre o dinheiro esquecido
O Banco Central relata que as instituições financeiras já restituíram R$ 5,3 bilhões dos R$ 12,8 bilhões disponibilizados até o momento. Desde o lançamento do programa em fevereiro do ano passado, aproximadamente 16,8 milhões de correntistas, incluindo pessoas físicas e jurídicas, resgataram seus valores.
Entretanto, essa cifra representa apenas 27,85% do total de 60.492.862 incluídos na lista. A maioria dos correntistas que ainda não efetuaram o saque do dinheiro tem direito a pequenas quantias. Cerca de 62,98% dos beneficiários têm valores de até R$ 10, enquanto os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 compreendem 25,71% dos correntistas. Aqueles com quantias entre R$ 100,01 e R$ 1.000 correspondem a 9,64% dos clientes, e apenas 1,68% têm direito a valores superiores a R$ 1.000.
Após um ano de inatividade, o SVR foi reaberto em março de 2023, trazendo novas fontes de recursos, um sistema de agendamento atualizado e a oportunidade de resgate de valores de pessoas falecidas, acessível a herdeiros, testamentários, inventariantes ou representantes legais.
A fase atual do serviço apresenta melhorias, como a possibilidade de imprimir telas e protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp. Além disso, foi introduzida uma sala de espera virtual, permitindo consultas no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma baseado no ano de nascimento ou fundação da empresa. Adicionalmente, há maior transparência para contas conjuntas, possibilitando que um dos titulares visualize informações como valor, data e CPF de quem solicitou o resgate.