Haddad se pronuncia sobre a taxa da selic

Haddad se pronuncia sobre a taxa da selic

Nova declaração do Ministro da Fazenda surpreendeu. Ele decidiu falar sobre a queda da taxa Selic confirmada no início do mês

Em entrevista divulgada nesta segunda-feira (14), o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) disse que não saberia o que fazer caso o Banco Central (BC) não tivesse reduzido a taxa Selic. No início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou pela redução de 0,50 ponto, levando os juros para 13,25% ao ano.

A entrevista em questão foi conduzida pelo jornalista Reinaldo Azevedo ainda na última sexta-feira (12). Na conversa, Haddad disse que os meses de abril, maio e junho foram os que representaram uma maior tensão entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central (BC), já que nestas ocasiões, houve uma pressão pela redução da taxa, mas a autoridade monetária não vinha cedendo.

“Se não viesse o corte de agosto, eu não sei o que nós iríamos fazer”, disse Haddad na entrevista. Em declarações recentes, o ministro já vinha sinalizando que o governo estaria muito preocupado com a possibilidade de não redução da taxa de juros, que estava na marca dos 13,75% ao ano desde 2022.

“Já tinha razões para o corte de juros. Não podemos nos iludir com o PIB do primeiro trimestre, que é agro”, disse Fernando Haddad, que defende uma redução desde o início do ano. Seus colegas do PT são ainda mais rígidos na cobrança e afirmam que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, não estaria reduzindo os juros porque seria um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

“Angústia”

Para Haddad, o motivo das críticas seria justamente a “angustia” do governo federal, que já defendia uma redução da taxa de juros há mais tempo. “Veio a desaceleração (da inflação) e não veio o corte de juros. Esse período de abril, maio, julho foi o momento de maior tensão com o Banco Central”, afirmou o ministro da Fazenda.

Com a confirmação do recuo neste mês de agosto, o ministro acredita que até mesmo estas relações deverão ser normalizadas.

Roberto Campos Neto

Na reunião do Copom realizada no início deste mês de agosto, os diretores concordaram com a necessidade de corte. Mas eles se dividiram sobre o tamanho desta redução inicial. Para quatro deles, o ideal seria reduzir apenas 0,25 ponto, para 13,50% ao ano. Mas outros quatro votaram pela redução de 0,5, para 13,25% ao ano.

Sobrou então para Roberto Campos Neto. O presidente do Banco Central, outrora atacado pelo PT, surpreendeu vários integrantes do mercado financeiro e votou pelo corte de 0,50 ponto, para 13,25% ao ano, assim como membros do Ministério da Fazenda queriam.

Perguntado sobre este movimento, o ministro Fernando Haddad disse que não ficou surpreso com o voto de Campos Neto. “Não surpreendeu porque nos dias que antecederam o Copom, só se falava de 0,5. Era imperativo, os dados de arrecadação de junho foram péssimos no país inteiro”, falou o ministro.

“Não vou dizer que os encontros são frequentes, mas nos falamos por telefone ou pessoalmente a todo momento. Às vezes são conversas de 2 horas. Estava claro que o primeiro trimestre tinha iludido sobre a realidade da economia brasileira”, afirmou Fernando Haddad.

Haddad se pronuncia sobre a taxa da selic
Roberto Campos Neto desempatou placar de maneira favorável ao governo. Imagem: Raphael Ribeiro/ Agência Brasil

A queda na taxa Selic

Para além da redução na taxa de juros de 13,75% para 13,25% ao ano, o Copom também sinalizou que vai seguir com as reduções para os próximos meses. Foi justamente esta informação que animou diversos setores da economia, como o financeiro, por exemplo.

Horas depois de confirmar a queda de 0,5 ponto neste mês de agosto, instituições financeiras como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil confirmaram que estão reduzindo a taxa de juros do consignado para pessoas que fazem parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

“A medida contribui com a organização das finanças dos clientes, em conjunto com as atuais ações vigentes do banco de negociação de dívidas, e para o crescimento da economia do país”, disse a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano.

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