A guerra que está sendo travada entre a Rússia e a Ucrânia pode acabar colocando mais pressão na já alta inflação do Brasil e isso de fato também pressionará as chances de que o país passe pelo segundo ano consecutivo dê melhora na sua economia.
A pressão na inflação deve se dar pela alta das commodities, como o preço do barril do petróleo que chegou aos US$ 139. Apesar das incertezas que estão marcando o cenário atual, a tendência é de que se o conflito bélico não terminar, o Brasil será altamente prejudicado, sobretudo em relação aos alimentos e ao preço do petróleo.
A alta do preço do petróleo preocupa e acaba sendo uma grande dor de cabeça até que realmente se tenha conhecimento de até que ponto o preço do combustível será afetado no Brasil. Deve haver um rápido repasse do preço do combustível aos consumidores, com a possibilidade real de que a gasolina passe de pelo menos os R$ 8 ao litro.
Os ajustes da gasolina e diesel no Brasil são sempre considerados de acordo com a cotação do barril de petróleo no exterior. Neste momento o preço do combustível representa até 6% da inflação no país e caso os preços se mantenham em níveis elevados, esse impacto em 2022 poderá ser ainda maior do que aconteceu nos últimos anos.
Além dos combustíveis, os fertilizantes também passam a ter efeitos prontamente sentidos pelo início da guerra. A Rússia passou a restringir a exportação de fertilizantes para o resto do mundo, com os preços devendo passar por novas escaladas nas próximas semanas.
O conflito também poderá afetar as atividades econômicas por portos em todos os cantos do mundo. E se a guerra continuar se intensificando nos próximos meses, a economia brasileira também poderá esperar por faltas de produção nas suas safras durante o resto de 2022 e 2023, o que poderá colocar uma pressão adicional sobre a inflação.
Caso o plantio no Brasil não comece a partir do segundo semestre, não teremos um espaço considerável para que ocorra avanços na produção agrícola do país até o final do ano.
De acordo com a previsão mais recente que foi feita pelo banco francês BNP Paribas, a inflação no Brasil foi recalculada e deverá encerrar o ano entre 6 a 7%. As expectativas de uma inflação mais próxima de 5% parece que ficará para trás mesmo.
Além da Inflação, outra previsão de alta que foi realizada pelo BNB Paribas é em relação a taxa Selic, que é definida pelo Banco Central do Brasil e serve para medir a taxa básica da economia. A instituição acredita que novos reajustes serão feitos no Brasil, para conter o preço do dólar e proteger os investimentos de renda fixa, podendo chegar a 13,75%, neste momento fixada em 10,75%.