Greve dos pilotos entra no segundo dia e atrasa voos
Pelo segundo dia, pilotos e comissários realizam greve e há registros de atrasos em voos pelo país. Confira atualizações
Pelo segundo dia consecutivo, nesta terça-feira (20) pilotos, copilotos e comissários de voo realizaram uma paralisação de duas horas em aeroportos do país. A greve aconteceu das 6h até às 8h, assim como foi registrado na segunda-feira (19). Os trabalhadores pedem melhorias nas condições de trabalho e também um reajuste salarial.
A paralisação continuou porque as negociações entre estes funcionários e as companhias aéreas não avançaram. Os trabalhadores afirmam que caso o acordo não aconteça, as paralisações devem continuar, o que pode acabar atrasando e até mesmo cancelando mais voos ao redor do país.
Durante a paralisação desta terça-feira (20), foram registrados atrasos nas seguintes localidades:
Voos atrasados
- Congonhas (São Paulo; 7 voos);
- Santos Dumont(Rio; 2 voos);
- Guarulhos (São Paulo; 1 voo);
- Porto Alegre (1 voo).
Voos cancelados
- Congonhas (6 voos);
- Santos Dumont (2 voos);
- Confins (Belo Horizonte; 1 voo);
- Porto Alegre (3 voos).
- Viracopos (Campinas-SP; 5 voos).
Na segunda-feira (19), a greve ocasionou atrasos e/ou cancelamentos em 17 aeroportos do país. Mesmo aqueles que não registraram paralisações acabaram sendo afetados pelo atraso no horário de chegada de voos que partiram de aeroportos que registraram as paralisações. O Sindicato Nacional dos Aeronautas já disse que as paralisações devem seguir se não houver acordo.
Ainda segundo o Sindicato, as novas paralisações devem seguir acontecendo nos seguintes aeroportos:
- Congonhas (São Paulo);
- Guarulhos;
- Galeão e Santos Dumont (ambos no Rio);
- Viracopos (Campinas);
- Porto Alegre;
- Fortaleza;
- Brasília;
- Confins (Belo Horizonte).
“Sistema deve continuar”
Por meio de uma live no Youtube na noite desta segunda-feira (19), o diretor presidente do Sindicato, Henrique Hacklaender avaliou que a paralisação foi um sucesso e confirmou que o sistema de greve deve seguir nos próximos dias.
“Esse é só o primeiro (dia) de muitos até que a gente encontre uma solução. A hora é agora, o momento é esse, e isso precisa ser feito. Tem que ter um basta. As empresas precisam alterar a sua forma de tratar os seus tripulantes. Não adianta só voarmos cada vez mais, se não houver segurança do que está sendo feito”, disse ele.
“Tudo aquilo que foi previsto ser feito, aconteceu. Nós tivemos voos operando, nós tivemos os tripulantes em serviço e a operação se deu. A nossa categoria sempre foi conhecida por ser uma categoria legalista”, afirmou.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), que representa as companhias aéreas, lançou uma nota sobre o tema.
“As companhias aéreas trabalharam e continuarão a trabalhar intensamente para minimizar quaisquer impactos aos seus clientes seguindo o previsto na Resolução nº 400/2016 da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)”, diz a nota
“É importante reforçar que ao longo do final de semana foi apresentada uma proposta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) que foi aceita pelas empresas aéreas, mas rejeitada pelos aeronautas, que optaram por manter a greve”, completa.
Greve aos olhos do TST
Na última semana, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que a paralisação só pode ser feita por até 10% dos trabalhadores de cada empresa. Assim, os empregados não podem parar as atividades todas de uma só vez. De toda forma, mesmo esta paralisação reduzida, também está afetando ao menos uma parte dos voos.