Os trabalhadores brasileiros receberam uma notícia positiva nesta semana. O rendimento médio real de todos os trabalhos totalizou R$ 2.921 no segundo trimestre de 2023. Isso quer dizer que, em média, os trabalhadores receberam 2,2 vezes mais que o salário mínimo vigente no país, de R$ 1.320.
Em resumo, o valor do rendimento ficou estável na comparação com os três meses anteriores (R$ 2.922). No entanto, quando comparado ao segundo trimestre de 2022, o valor cresceu 6,2%, visto que os trabalhadores do país receberem, em média, R$ 2.750.
Esse dado mostra que os trabalhadores do país receberam mais entre abril e junho deste ano, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Em outras palavras, o resultado reflete a melhora do rendimento, para alegria dos trabalhadores do país.
A saber, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada na semana.
Rendimento cresce em sete segmentos
O IBGE revelou que, na comparação trimestral, o rendimento se manteve estável em todos os dez grupamentos pesquisados. Já em relação ao segundo trimestre de 2022, sete grupamentos registraram crescimento da renda dos trabalhadores. Confira quais foram:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5,0%, ou mais R$ 193);
- Construção (7,8%, ou mais R$ 169);
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (7,1%, ou mais R$ 161);
- Alojamento e alimentação (8,2%, ou mais R$ 146);
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (7,1%, ou mais R$ 124);
- Indústria (4,3%, ou mais R$ 115);
- Serviços domésticos (6,5%, ou mais R$ 70).
Os outros três grupamentos pesquisados não tiveram variações significativas em relação ao segundo trimestre de 2022. A propósito, os grupamentos são:
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Outros serviços;
- Transporte, armazenagem e correio.
Rendimento cresce em todas as regiões brasileiras
De acordo com o IBGE, a renda habitual real dos trabalhadores no segundo trimestre cresceu apenas no Norte, em relação ao trimestre anterior. Ainda assim, o rendimento na região nortista entre abril e junho deste ano somou R$ 2.316, valor 20,7% menor que a média nacional.
Na base trimestral, as demais regiões não apresentaram alta estatisticamente significativa do rendimento, segundo o IBGE. Contudo, vale destacar que a renda dos trabalhadores também não caiu no período.
Já na comparação com o segundo trimestre de 2022, o resultado foi bastante positivo, visto que o rendimento dos trabalhadores cresceu em todas as cinco regiões do país. Em suma, o IBGE também revelou que a massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, ficou estimada em R$ 284,1 bilhões.
Na comparação com o trimestre anterior, a massa de rendimento ficou estatisticamente estável (R$ 281,3 bilhões), apesar do acréscimo de R$ 2,8 bilhões. Já em relação ao segundo trimestre de 2022 (R$ 265,2 bilhões), houve um aumento de 7,1% (ou R$ 18,9 bilhões).
Trabalhadores por conta própria
A PNAD Contínua também revelou que o número médio anual de trabalhadores por conta própria totalizou 25,2 milhões no segundo trimestre deste ano. Isso representa 25,5% da população ocupada do país, que totalizou 98,9 milhões no período.
Na prática, o número de trabalhadores por conta própria ficou estatisticamente estável na comparação trimestral, mas caiu 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado (menos 491 mil pessoas).
Ao considerar as unidades federativas (UFs), o percentual de trabalhadores por conta própria superou a média nacional no segundo trimestre em 14 das 27 UFs. Veja os estados com os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria do país entre abril e junho deste ano:
- Rondônia: 37,8%;
- Amazonas: 32,3%;
- Amapá: 31,7%;
- Pernambuco: 31,2%;
- Maranhão: 30,9%;
- Pará: 29,5%
- Acre: 29,4%;
- Paraíba: 29,3%;
- Bahia: 28,5%;
- Ceará: 28,4%;
- Piauí: 27,5%;
- Rio Grande do Norte: 26,8%;
- Rio de Janeiro: 26,2%;
- Roraima: 25,8%.
Rondônia continuou na primeira posição do ranking nacional, completando o quarto trimestre consecutivo na liderança. Aliás, vale destacar que a taxa de trabalhadores por conta própria cresceu de maneira significativa em Rondônia nos últimos tempos.
A saber, no primeiro trimestre de 2022, o estado nortista tinha a quarta maior taxa do país. Contudo, ultrapassou todos os estados do top três e assumiu a liderança no terceiro trimestre do ano passado, permanecendo na mesma posição e com uma grande diferença para o segundo lugar.
Os dados também mostram que os estados do Norte e do Nordeste tiveram os maiores percentuais do Brasil, e ambas as regiões também concentraram as maiores proporções de trabalhadores informais do país.
Distrito Federal tem menor taxa do país
Por outro lado, o IBGE revelou que o Distrito Federal continuou com a menor taxa de trabalhadores por conta própria do país, assim como ocorreu em todo o ano passado. Em resumo, o percentual de trabalhadores por conta própria foi de 19,9% no DF, ou seja, 5,6 pontos percentuais (p.p.) inferior à média nacional. No trimestre anterior, a diferença havia sido de 5,1 p.p.
Veja as UFs que tiveram as menores proporções de trabalhadores por conta própria do país no primeiro trimestre.
- Distrito Federal: 19,9%;
- Tocantins: 20,7%;
- Goiás: 21,7%;
- Mato Grosso do Sul: 22,6%;
- São Paulo: 23,4%;
- Paraná: 23,5%;
- Mato Grosso: 23,7%;
- Minas Gerais: 24,2%;
- Santa Catarina: 24,3%;
- Espírito Santo: 24,4%;
- Sergipe: 24,9%;
- Alagoas: 25,2%;
- Rio Grande do Sul: 25,2%;