O preço da gasolina caiu pela terceira semana seguida nos postos do país. Os recuos sucedem três semanas de alta, que pressionaram o orçamento dos motoristas do país.
De acordo com o levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor do combustível caiu 0,34% nas bombas na semana passada. Com isso, o preço médio da gasolina caiu de R$ 5,86 para R$ 5,84.
Aliás, nas duas semanas anteriores, os recuos foram de apenas um centavo, ou seja, a soma das três reduções chegou a quatro centavos. Contudo, nas três semanas anteriores, a soma dos avanços foi de 36 centavos, ou seja, as quedas eliminaram apenas 11,1% da alta dos preços do combustível.
Vale destacar que a ANP coleta os preços praticados em milhares de combustíveis em todo o país desde 2004 e divulga semanalmente os preços médios da gasolina, do etanol e do diesel em cada região brasileira, bem como em cada estado e sua respectiva capital.
Por que a gasolina ficou mais cara no Brasil?
No dia 16 de agosto, a Petrobras elevou em 16,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras do país. Esse foi o primeiro aumento no valor da gasolina em quase sete meses, visto que a última vez que a companhia havia elevado o valor do combustível foi no dia 25 de janeiro deste ano.
Em resumo, a Petrobras promoveu outros quatro reajustes entre o final de janeiro e o início de agosto, mas todos reduziram o valor da gasolina. Inclusive, mesmo com o acréscimo do mais recente reajuste da companhia, a gasolina vendida para as distribuidoras do país segue mais barata que em 2022.
No final do ano passado, o litro do combustível estava custando R$ 3,08. Já em agosto deste ano, o reajuste da Petrobras fez o litro do combustível subir de R$ 2,52 para R$ 2,93, uma alta de 41 centavos, mas ainda abaixo do valor de dezembro de 2022.
Cabe salientar que o valor é duas vezes menor que o preço médio encontrado nas bombas do país (R$ 5,84) e reflete o quanto os motoristas precisam gastar para abastecer seus veículos com o combustível.
Em síntese, isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra.
Impostos encarecem gasolina em 2023
Embora a Petrobras esteja vendendo a gasolina mais barata do que no final de 2022, o valor de revenda para os consumidores está bem mais elevado nas bombas devido aos impostos cobrados sobre os combustíveis.
Em suma, a gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. O governo havia prorrogado a isenção desses impostos por dois meses, entre janeiro e fevereiro.
Em junho, os motoristas tiveram mais uma péssima notícia. O Ministério da Fazenda aprovou uma mudança em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina.
Antes, os estados definiam as alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota em todo o país, e o ICMS passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. A saber, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
A título de comparação, o preço médio nacional da gasolina era de R$ 4,96 na última semana de 2022. Portanto, o combustível está 17,7% mais caro neste ano, o que corresponde a 88 centavos, apesar de a Petrobras estar vendendo o combustível a preços um pouco menores que o do ano passado.
Veja os maiores e menores preços da semana
Na semana passada, o preço da gasolina caiu em quatro regiões brasileiras: Sul (quatro centavos), Nordeste (três centavos), Norte (um centavo) e Sudeste (um centavo). A única exceção foi o Centro-Oeste, onde os preços se mantiveram estáveis.
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina caiu em 15 das 27 unidades federativas (UFs). Os maiores recuos foram registrados em Goiás (11 centavos), Rio Grande do Norte (dez centavos), Goiás (nove centavos), Rio Grande do Sul (nove centavos), Piauí (oito centavos), Sergipe (oito centavos) e Tocantins (oito centavos).
Por outro lado, os preços subiram em quatro estados, com destaque para o Mato Grosso do Sul, onde o combustível ficou 25 centavos mais caro. Em outros oito estados, os valores se mantiveram estáveis em relação à semana anterior.
Confira abaixo os preços médios mais altos da gasolina na semana passada:
- Acre: R$ 6,76;
- Amazonas: R$ 6,60;
- Rondônia: R$ 6,53;
- Ceará: R$ 6,23;
- Sergipe: R$ 6,20;
- Tocantins: R$ 6,20;
- Rio Grande do Norte: R$ 6,14;
- Bahia: R$ 6,10;
- Paraná: R$ 6,00.
Em contrapartida, os menores valores foram encontrados nos seguintes estados:
- Goiás: R$ 5,61;
- São Paulo: R$ 5,63;
- Minas Gerais: R$ 5,64;
- Amapá: R$ 5,67;
- Maranhão: R$ 5,67;
- Piauí: R$ 5,71;
- Rio Grande do Sul: R$ 5,71
- Rio de Janeiro: R$ 5,72.