O Brasil registrou 36,7 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no primeiro trimestre de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
Em resumo, o número se manteve estável em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve um crescimento de 5,2% (acréscimo de 1,8 milhão de pessoas).
Embora o percentual de trabalhadores com carteira assinada não tenha aumentado na base trimestral, os números seguem positivos. Isso porque a estabilidade da taxa sinaliza que a quantidade de empregados formais no país se manteve no mesmo patamar que no final do ano passado, sem recuar.
Vale destacar que a pandemia da covid-19 derrubou os números em 2020, e o mercado de trabalho ainda se recuperava em 2021 e no início de 2022. Por isso que houve um crescimento expressivo do número de trabalhadores formais na comparação anual, mas estabilidade na base trimestral.
Empregados sem carteira assinada
Por sua vez, o número de empregados sem carteira de trabalho caiu 3,2% em relação ao trimestre anterior, o que representa uma redução de 430 mil pessoas nessa situação.
Nos três primeiros meses deste ano, o Brasil somou 12,8 milhões de pessoas com uma ocupação informal. Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012
Já na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve um crescimento de 4,8% (acréscimo de 590 mil de pessoas). Apesar do crescimento expressivo, vale destacar a perda de ritmo, já que um número menor de pessoas passou a fazer parte do grupo de trabalhadores informais do país.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,2 milhões de trabalhadores por conta própria no país no primeiro trimestre deste ano. Esse valor ficou estável tanto na comparação trimestral quanto na anual, refletindo a manutenção dos números ao longo dos últimos 12 meses.
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,7 milhões nos três primeiros meses de 2023. Da mesma forma, a taxa se manteve estável em relação ao trimestre anterior e na comparação com os três primeiros meses de 2022.
Na semana passada, o IBGE reportou que a taxa de desemprego no Brasil cresceu 0,9 ponto percentual no primeiro trimestre de 2023, chegando a 8,8%. Por outro lado, o número de pessoas desocupadas caiu 21,1% na base anual.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 7,4% em um ano, para R$ 2.880. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 198 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.682 um ano atrás.
Veja os setores que mais geraram empregos
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no primeiro trimestre de 2023. Em resumo, nenhum dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre com saldo positivo, na comparação com os últimos três meses de 2022.
Em contrapartida, cinco grupamentos fecharam vagas formais no período:
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,4%, ou menos 415 mil pessoas);
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-1,5%, ou menos 294 mil pessoas);
- Outros serviços (-4,3%, ou menos 231 mil pessoas);
- Construção (-2,9%, ou menos 215 mil pessoas);
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,4%, ou menos 201 mil pessoas).
“O grupamento da Administração pública tem um conjunto de atividades bem heterogêneo e foi influenciado, principalmente, pelo segmento de educação fundamental e de administração pública em si”, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
De acordo com os dados da PNAD Contínua, os outros cinco grupamentos pesquisados não tiveram variações significativas em relação ao trimestre anterior. Veja quais são:
- Alojamento e alimentação;
- Construção;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Serviços domésticos;
- Transporte, armazenagem e correio.
Cinco grupos criam vagas no comparativo anual
Embora o resultado trimestral tenha indicado estabilidade e queda de vagas criadas, não foi isso o que aconteceu na base anual. A saber, cinco dos dez grupamentos registraram aumento na criação de vagas.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até março deste ano:
- Administração pública (+815 mil);
- Informação, comunicação e afins (+673 mil);
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+552 mil);
- Transportes, armazenagem e correio (+396 mil);
- Outros serviços (+215 mil).
Por outro lado, o grupamento de agricultura, pecuária e afins registrou o fechamento de 456 mil postos de trabalho no período. Já os grupamentos de alojamento e alimentação, construção, indústria e serviços domésticos não tiveram variações significativas em um ano.