Governo Lula quer unificar concursos federais com provas ao estilo “ENEM”

Ao todo, mais de 8 mil vagas em concursos públicos  já foram autorizadas desde o inicio do ano.

Os concursos federais no Brasil podem estar prestes a mudar completamente de formato. Isso porque o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGISP) está planejando unificar as provas de concursos inspirado no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).

A proposta deve ser apresentada oficialmente pela ministra da pasta, Esther Dweck, nesta sexta-feira, 25.

Em entrevista à colunista Mônica Bergamo ao Jornal Folha de São Paulo, a ministra informou que as provas seriam compostas por questões de conhecimentos gerais e específicos na área de interesse do candidato, com formato parecido ao do ENEM, mas com o objetivo de reduzir os custos com a aplicação das provas.

“Ainda estamos em discussões, muitos órgãos que realizam concursos têm mostrado interesse, mas os detalhes ainda não foram definidos. O modelo não está finalizado, porém já temos várias abordagens consideradas para apresentar”, explicou Dweck à Folha de São Paulo.

Segundo um estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Aplicadas), o novo formato de provas para concursos federais poderia ser aplicado em até 180 cidades, com foco nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste.

Ainda de acordo com a ministra, a proposta de unificar os concursos públicos ainda será levada a outros ministérios para ser avaliada e melhorada.

A Advocacia Geral da União (AGU) também será consultada para analisar a legalidade do projeto.

Mais de 8 mil vagas já foram autorizadas em 2023

Ao todo, mais de 8 mil vagas em concursos públicos  já foram autorizadas desde o inicio do ano.

As primeiras vagas autorizadas foram para os concursos de analista, tecnologista e pesquisador no Ministério da Ciência e Tecnologia, com um total de 814 vagas.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima recebeu aval para um concurso com 98 vagas para o cargo de analista ambiental.

Já a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) ganhou autorização para realizar um certame com 502 vagas de diversos cargos.

Governo Lula quer unificar concursos federais com provas ao estilo “ENEM”
Ao todo, mais de 8 mil vagas em concursos públicos  já foram autorizadas desde o inicio do ano. Imagem: Divulgação

Em junho deste ano foram autorizadas vagas para os seguintes ministérios:

  • Ministério da Agricultura e Pecuária: 440 vagas;
  • Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): 80 vagas;
  • Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): 742 vagas;
  • Ministério da Educação (MEC): 220 vagas;
  • Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): 50 vagas;
  • Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes): 50 vagas;
  • Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE): 100 vagas;
  • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio): 160 vagas;
  • Ministério das Relações Exteriores (MRE): 100 vagas;
  • Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI): 120 vagas;
  • Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro): 100 vagas;
  • Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT): 100 vagas;
  • Agência Nacional de Mineração (ANM): 24 vagas;
  • Ministério de Minas e Energia (MME): 30 vagas;
  • Analista de infraestrutura: 300 vagas;
  • Analista em Tecnologia da Informação: 300 vagas;
  • Auditor-Fiscal do Trabalho: 900 vagas;
  • Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ): 50 vagas;
  • Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam): 50 vagas;
  • Ministério da Saúde (MS): 220 vagas;
  • Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): 300 vagas;
  • Ministério de Minas e Energia (MME): 30 vagas.

Já no dia 18 de julho foram anunciadas mais 2.480 vagas para os seguintes órgãos:

  • Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC);
  • MGI;
  • Banco Central do Brasil (BC);
  • Ministério da Fazenda (MF);
  • Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
  • Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO);
  • Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA);
  • Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP);
  • Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
  • Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
  • Agência Nacional de Aviação Civil (Anac);
  • Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel);
  • Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq);
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
  • Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
  • Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana);
  • Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

De acordo com o governo federal, além desses concursos para cargos efetivos, a ministra Esther Dweck também já havia assinado portaria autorizando o IBGE a realizar processo seletivo destinado ao suprimento de 8.141 vagas de contratação temporária. Com as novas autorizações, no total, são 8.146 vagas efetivas e 8.141 temporárias.

A decisão da escolha dos órgãos que terão concursos neste ano levou em consideração, segundo o próprio governo, os seguintes parâmetros:

  • Tempo desde o último edital de concurso público;
  • Proporção entre o número de vagas e o número de cargos aprovados no órgão;
  • Proporção de aposentadorias, nos próximos 5 anos, em relação ao total de vagas ocupadas;
  • Perdas identificadas com base na ocupação máxima;
  • Análise da estrutura do órgão, se houve mudança relevante, ou ampliação de atribuições;
  • Nível de impacto imediato dos serviços para a população;
  • Importância do órgão para as políticas prioritárias do governo, com a visão de futuro;

Após a publicação das autorizações, cada órgão terá seis meses para realizar todo o trâmite que envolve um concurso público, desde a escolha da banca até a publicação do edital.

Com a publicação do edital, as datas das provas, obrigatoriamente, devem ser agendadas para os dois meses subsequentes.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.