“Nenhum governo até aqui, de fato, priorizou a educação”, diz deputada Tabata Amaral

A parlamentar também avaliou que o principal problema da educação não é a ideologização

Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quinta-feira, 16, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), opinou sobre a situação do ensino no Brasil, bem como o entra e sai de ministros da Educação – o quarto nome da pasta, Milton Ribeiro, tomou posse nesse mesmo dia.

Tabata, que se destacou em um embate com o primeiro representante do MEC, Ricardo Vélez, criticou o trabalho do governo federal em relação à educação brasileira.

“Nunca vi a educação sendo tão desprezada como estou vendo há um ano e meio. Falando dos últimos dois [ministros], que podemos avaliar, o que eu via eram ministros que não entendiam de educação, não valorizavam e acabavam fazendo do Ministério da Educação um palanque ideológico, e quem sofre com isso são as nossas crianças”, articulou Tabata.

Ela continuou pontuando que os governos, de modo geral, nunca colocaram a educação no patamar merecido.

“Nenhum governo até aqui, de fato, priorizou a educação, especialmente quando a gente fala de educação básica. Isso não quer dizer que a educação não avançou. Antigamente a escola pública era para poucos, era para uma elite e a gente conseguiu garantir o acesso. Mas a questão da qualidade ainda é um grande problema. A gente tem uma escola pública que ainda pena muito para ensinar nossas meninas e meninos a aprenderem a ler e escrever”, lamentou.

Ideologização das escolas não é o principal, segundo Tabata

Outro questionamento que a rádio Jovem Pan fez à deputada Tabata Amaral foi sobre a possível ideologização do MEC atual e a atuação do órgão de criticar a forma com que professores lecionam.

A parlamentar, no entanto, garante que os problemas relativos à educação são bem maiores do que a ideologia empregada nas instituições, por professores ou não.

“Antes esse fosse o problema. Quando vamos para uma escola pública, vemos professores que foram muito mal formados para a prática, pouco valorizados. Eles têm uma formação extremamente teórica, chegam na sala de aula e não recebem nenhum tipo de apoio e ainda têm que lidar com 45, 50 estudantes. Falta material, falta janela.”, se aprofundou Tabata.

Também fez questão de citar Paulo Freire, educador e filósofo, que é constantemente lembrado como o patrono da educação no Brasil. Segundo ela, não adianta ressaltar que o método de Freire garante bons resultados na aprendizagem, se não há um programa eficiente para a implementação desse mesmo método.

“Temos que conhecer um pouco mais da realidade no Brasil e entender que não é um problema de ideologia. É um problema de uma educação que não chega. Os estudos do Paulo Freire são reconhecidos em todo o mundo. Não dá para dizer se Paulo Freire funciona ou não no Brasil quando isso sequer foi implementado. O problema da educação no Brasil não é qual o método que está sendo utilizado, o problema é que não tem método”, finalizou.

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