O Governo Federal deu nesta quinta-feira (11) mais um indício de que não vai mais prorrogar o Auxílio Emergencial. Quem disse isso foi o próprio líder do Planalto no Senado Federal, o Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). De acordo com ele, o objetivo do poder executivo agora é “focar em quem está passando fome”.
“Para manter o auxílio emergencial em 2022, o governo gastaria R$ 140 bilhões. Se este governo pensasse na eleição, não tiraria 20 milhões de pessoas do auxílio. Mas o governo busca atender de fato os que estão passando fome, com cautela e prudência”, disse o Senador em entrevista para a emissora Globo News.
Ao dizer isso, aliás, o líder do Governo passa a considerar que apenas os usuários do Auxílio Brasil é que estão passando fome no país neste momento. Mas acontece que dados de membros do próprio Palácio do Planalto admitem que os vulneráveis que irão ficar de fora do novo programa também correm esse risco.
Em publicação ainda nesta semana, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse em uma de suas redes sociais que cerca de 20 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil neste momento. Mas ele admitiu que o Governo só deverá atender cerca de 17 milhões no novo Bolsa Família.
Também recentemente, o próprio Ministro da Cidadania, João Roma, disse que se o Auxílio Emergencial não for prorrogado, cerca de 25 milhões de pessoas que estavam recebendo alguma ajuda do Governo Federal passarão a ficar sem nada. Ele disse que iria encontrar uma solução para elas. Mas até agora nada.
Auxílio Emergencial
O Auxílio Emergencial, aliás, foi um programa criado ainda no ano passado. O objetivo inicial dele era ajudar as famílias de vulneráveis que não estavam conseguindo trabalhar por causa da pandemia do novo coronavírus.
Essa primeira etapa do programa durou apenas até o fim de 2020. De qualquer forma, diante da piora da situação pandêmica no país, o Governo optou por retomar os repasses do projeto ainda em abril deste ano.
Fim do programa
A ideia inicial, aliás, era seguir com esses repasses até o mês de julho de 2021. Mas como a pandemia ainda apresentava números alarmantes, o Governo preferiu prorrogar o benefício até este último mês de outubro.
Agora, o programa chegou oficialmente ao fim. De acordo com o calendário oficial de pagamentos, o último repasse aconteceu ainda no último dia 31 de outubro. Cerca de 39 milhões de pessoas receberam pelo menos uma parcela do projeto em 2021.
Chances de prorrogação
Existem chances de prorrogação? De acordo com informações de bastidores, sim. A possibilidade fica maior em um cenário de não aprovação da PEC dos Precatórios, que ainda está tramitando no Senado Federal.
De qualquer forma, sabe-se que hoje as chances são muito pequenas. Recentemente, o próprio Presidente Jair Bolsonaro criticou os pedidos pela prorrogação do benefício. “Querem que eu prorrogue o Auxílio Emergencial. Prorrogar até quando? O Governo Federal está no limite”, disse ele durante entrevista para uma rádio do Mato Grosso do Sul.