O Governo Federal estuda a possibilidade de bancar um aumento salarial de 9% para os servidores federais. A informação é da jornalista Fernanda Trisotto, do jornal O Globo. Segundo a publicação, ainda não há uma proposta fechada e uma nova reunião deve acontecer na próxima sexta-feira (10).
Além do aumento de 9% nos salários dos servidores, o Governo Federal também estaria estudando a possibilidade de elevar alguns benefícios internos, como é o caso do auxílio-creche, por exemplo. A equipe técnica está fazendo as contas para entender se há espaço no orçamento para este movimento.
Caso feche a proposta em 9%, o Governo estaria concedendo um reajuste maior do que a sua indicação inicial, de 7,8%. Esta taxa não foi aceita pelos representantes dos servidores federais, que teriam apresentado uma contra proposta de 13%, que por sua vez não foi aceita por membros do Palácio do Planalto.
O que o Governo sabe é que há espaço no orçamento de R$ 11,2 bilhões para os pagamentos dos servidores federais. Este saldo foi garantido depois da aprovação da chamada PEC da Transição ainda no final do ano passado. Com este montante, é possível dizer que o aumento para os trabalhadores está garantido.
Agora, resta saber qual vai ser o tamanho do reajuste. As partes interessadas chegaram a marcar uma reunião para a última segunda-feira (6), mas o encontro foi adiado para a sexta-feira (10). Agora, a expectativa do Governo Federal é que os servidores aceitem a proposta e o aumento fique definido nos 9%, ou em algo próximo deste patamar.
Anos sem reajuste para servidores
Os servidores estão fazendo pressão por um reajuste nos seus salários porque estão desde 2017 com os seus valores congelados. Durante este meio tempo, a inflação corroeu o poder de compra dos trabalhadores federais.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por não conceder nenhum tipo de reajuste para os servidores federais durante os seus quatro anos no poder. Algumas negociações chegaram a ser feitas, mas uma decisão não chegou a ser tomada.
O ápice da tensão ocorreu quando o ex-presidente garantiu que pagaria um reajuste apenas para os servidores da área da segurança. A declaração acabou gerando revolta e trabalhadores de outros setores realizaram greves no Tesouro, no Banco Central e até mesmo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Greve
Informações de bastidores dão conta de que a nova gestão teme que o cenário se repita. Caso os servidores do INSS deflagrem uma nova greve, por exemplo, as tratativas para diminuir a fila de espera seriam frustradas.
Ao mesmo passo, uma paralisação de servidores do Banco Central ou do Tesouro poderiam ter impacto direto na economia do país. Deste modo, o Ministério da Gestão está capitaneando as negociações com a responsabilidade de não irritar os servidores.
Mesmo que uma nova reunião esteja marcada para esta sexta-feira (10), o fato é que não é possível cravar se uma decisão será firmada ou não. Representantes dos servidores afirmam que é preciso esperar pela nova proposta do Governo Federal antes de tomar uma decisão final sobre o tema.