O general Walter Braga Netto, novo ministro da Defesa, anunciou os três novos comandantes das Forças Armadas do Brasil:
O almirante Almir Garnier Santos comandará a Marinha, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira comandará o Exército e o tenente-brigadeiro do ar Baptista Júnior comandará a Aeronáutica.
Os novos comandantes foram apresentados em cerimônia realizada na tarde desta quarta-feira (31).
A data marca o aniversário de 57 anos do golpe militar que fez com que o Brasil enfrentasse uma ditadura entre os anos de 1964 e 1985.
A troca dos comandantes foi uma decisão tomada pelo presidente Jair Bolsonaro, após uma renúncia coletiva dos antigos comandantes na última terça-feira (30).
Discurso de boas-vindas
Durante a cerimônia que marcou a substituição nos cargos, o novo ministro fez questão de destacar que a missão das Forças Armadas é preservar a democracia:
“A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira se mantêm fiéis às suas missões constitucionais de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais e as liberdades democráticas”.
Braga Netto reforçou que “neste dia histórico, o maior patrimônio de uma Nação é a garantia da democracia e da liberdade do seu povo”.
Antes de finalizar o discurso, afirmou que o maior desafio que o Brasil enfrenta no momento é a epidemia da Covid-19.
O ministro definiu as Forças Armadas como um “fator de integração nacional” que deve trabalhar principalmente no transporte de equipamentos de proteção e oxigênio e na transferência de pacientes.
Os novos comandantes
Ainda no início desta quarta-feira (31), o Exército, a Marinha e a Aeronáutica enviaram ao ministro da Defesa uma lista com o nome dos candidatos à vaga por ordem de antiguidade.
O presidente e o ministro não eram obrigados a seguir a lista, mas o gesto poderia ser considerado uma quebra de tradição militar.
O general Paulo Sergio Nogueira era o quarto na lista de antiguidade, ou seja, na relação de oficiais com mais experiência no exército.
O almirante de esquadra Almir Garnier Santos era o segundo mais antigo da Marinha.
O tenente-brigadeiro Baptista Júnior era o terceiro mais cotado da Força Aérea Brasileira.
Promessa de preservação do Estado Democrático
Apesar de Walter Braga Netto ter assinado a “Ordem do Dia” por conta do 31 de março, data do golpe militar, pedindo celebração da data, generais minimizaram qualquer risco de golpe.
O ministro da Defesa havia declarado que “O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”.
Representantes da oposição se posicionaram demonstrando “estado de alerta” às supostas investidas de Bolsonaro contra a democracia e, por isso, apresentaram um novo pedido de impeachment.
Bolsonaro confirma os novos comandantes
Em publicação realizada no Twitter pouco após as 18h desta quarta-feira (31), Bolsonaro reforçou a oficialização dos novos nomes:
” – Apresento os novos comandantes de Força: Almirante de Esquadra Almir GARNIER Santos; General de Exército PAULO SERGIO Nogueira e Tenente Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida BAPTISTA JUNIOR”.
A substituição vem após uma crise militar que levou os ex-comandantes a deixarem os cargos depois de terem sido pressionados por Bolsonaro a demonstrarem maior apoio ao governo federal.