Economistas de todo o país começam a ventilar a possibilidade cada vez mais clara de um novo aumento no preço da gasolina no país. Isso porque o preço internacional do barril de petróleo vem em uma crescente, e há uma ideia de que a Petrobras teria que repasses este preço ao consumidor brasileiro.
Nesta quinta-feira (18), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates foi questionado sobre este assunto. De acordo com ele, por agora a estatal não pretende mexer no preço da gasolina. Isso mesmo considerando que já existe uma defasagem em relação ao que se registra no mercado internacional.
Cenário externo
Prates disse que a empresa segue de olho no que acontece no mercado internacional, sobretudo depois da escalada de tensões no Oriente Médio. Nos últimos dias, por exemplo, o preço do barril de petróleo chegou a ultrapassar a marca dos US$ 90. Agora, no entanto, há um leve recuo.
“Estamos avaliando as condições todas de mercado. Não há razão nenhuma para aumento agora. Não está sendo avaliado (aumento para as próximas semanas). Estamos monitorando o cenário internacional. Por enquanto não há nada que faça mover. E o preço do petróleo indica isso”, disse Prates, durante o evento do evento “O Fortalecimento da Indústria Naval Nacional e o Setor Energético Offshore”, que aconteceu no Centro do Rio de Janeiro.
A última vez que Petrobras mexeu no preço da gasolina, foi ainda em outubro do ano passado, quando a estatal decidiu reduzir o preço nas refinarias. Na ocasião, o preço do litro passou de R$ 2,93 para R$ 2,81. Já a última queda do diesel aconteceu em dezembro, quando foi reduzido de R$ 3,78 para R$ 3,48.
Presidente da Petrobras
É importante lembrar que toda essa discussão sobre uma possível aumento da gasolina acontece em um contexto de tempestade política. De acordo com informações de bastidores, existe uma ala dentro do governo federal que está em plena campanha para a destituição de Prates do seu cargo.
“Eu estou tranquilo. O presidente Lula está na Colômbia (estava ontem). Eu não fui a Brasília para isso. Temos agendas em Brasília constantemente. Por exemplo, eu passei o dia inteiro no TCU (Tribunal de Contas da União). Fui ver as lideranças no Senado. São meus amigos”, disse Prates.
“A diretoria já tomou sua decisão. Fizemos a proposta, que está tecnicamente respaldada (de distribuir metade dos recursos). O governo vai orientar os membros do Conselho de Administração. Não está na pauta da próxima reunião do Conselho. Provavelmente, o tema pode ser deliberado durante a assembleia geral de acionistas (no dia 25 de abril) ou depois da assembleia”, completou o presidente da Petrobras.
Preços da Petrobras
Desde que assumiu a presidência da Petrobras no início do ano passado, Jean Paul Prates vem sendo acusado de atuar para segurar os preços dos combustíveis de maneira artificial. Ele nega as acusações, e diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) jamais o fez este pedido.
Prates lembrou que, quando necessário, elevou os preços dos combustíveis no último mês de agosto, e elogiou a nova política de definição de preços, que está substituindo o Plano de Paridade Internacional (PPI).
“Podemos aguentar desconforto por um tempo. É bom para o Brasil (a nova política de preços da estatal) e não é ruim para a Petrobras. Abrasileirar os preços não é uma coisa de campanha (presidencial). A gente mudou o modelo e vai ajustar quando o novo patamar estiver consolidado”, seguiu ele, durante uma entrevista veiculada recentemente.
Por agora, o preço da gasolina ainda divide a opinião dos motoristas brasileiros. Parte deles acredita que o atual governo vem conseguindo evitar um alta dos combustíveis de um modo geral. Outra parte, no entanto, argumenta que os valores estão estacionados em um patamar alto.