Em entrevista nesta quarta-feira (7), o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, voltou a falar sobre a falta de servidores que atuam como peritos médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele reconheceu que este é um problema que o Ministério ainda vai precisar resolver.
“É claro. Não gosto de mentira. Ainda temos grandes gargalos para atingir. Ainda temos muita dificuldade na perícia médica, porque não temos peritos suficientes para atender nesse interior do Brasil. Ainda temos muito problema no Nordeste, e no Norte também”, disse o ministro.
Novas convocações
Neste sentido, Carlos Lupi foi perguntado por jornalistas sobre a possibilidade de novas convocações de servidores, e até mesmo de realização de novos concursos públicos. Ele respondeu que algumas pessoas serão convocadas em breve.
“Nós já chamados 1.250 (servidores). Foi feito ainda no concurso do governo anterior. Já efetivamos mil, e agora estamos treinando mais 250 para espalhar. O da perícia (médica), o projeto é chamar algo em torno de mil. Mas não vai ser de uma vez só, porque a perícia é uma função muito específica e a gente quer fazer uma coisa diferente”, disse ele.
“A nossa ideia é levar os peritos para onde a população tem necessidade. Obrigar eles a ficarem naquela região da necessidade. Então está sendo feita uma formatação para que a prova seja limitada para aquela região para evitar requisição”, disse o ministro.
Promessa de zerar a fila
Quando tomou posse em Brasília, no dia 1 de janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi claro ao prometer zerar a fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) até o final daquele ano. A promessa, no entanto, não foi cumprida. Em dezembro, mais de 1,5 milhão de pessoas seguiam nesta situação.
Mais de um ano depois da promessa de Lula, o governo federal parece ter adaptado a meta. Agora, o objetivo não é mais zerar a fila, mas diminuir o tempo de espera. Ao menos foi o que disse o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em conversa com jornalistas recentemente.
“O problema da fila não é ter 1 milhão, 2 milhões ou 3 milhões esperando, mas que a gente possa atender as pessoas rápido. O nosso desafio, ainda que tenha 2 milhões de pessoas esperando, é que elas não esperem mais do que 30 dias”, afirmou Stefanutto.
“Quando se fala zerar fila, o que você quer falar na verdade é que nós vamos ter um tempo de atendimento razoável para que a pessoa tenha a sua necessidade suprida”, seguiu ele.
Stefanutto também argumentou que o presidente Lula não teria sido bem interpretado ao falar que acabaria com a fila de espera do INSS até o final deste ano.
“Fila nunca vai acabar”
Em entrevista recente, o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), também falou sobre o processo de redução da fila de espera. Em declaração polêmica, ele chegou a dizer que a fila de espera “nunca vai acabar”, e que a pessoa que diz que é possível acabar com a lista está “mentindo”.
Contudo, Lupi deixou claro que vai trabalhar para reduzir o tempo de espera médio para receber o benefício que, por lei, deve ser de 45 dias, no máximo. Para o ministro, será possível reduzir a média para 30 dias até o final do ano.
“Todo mês entram 900 mil pedidos, 1 milhão de pedidos novos, então todo mês terão pelo menos de 900 mil a 1 milhão de pessoas pedindo e ninguém resolve assim, tem que conferir documento, tem que ser justo”, afirmou.
“O presidente (Lula) quis dizer que as pessoas não podiam esperar muito para terem seu benefício. Não faz sentido, como acontecia antes da posse de Lula, esperarem 6, 7 ou 8 meses por um benefício”, disse o presidente do INSS.