Faustão: quase 400 pessoas no Brasil aguardam por um coração; veja

A doação de coração só é possível quando o doador é diagnosticado com morte encefálica, o que significa que as funções cerebrais foram irreversivelmente danificadas.

O famoso apresentador brasileiro, Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, se uniu recentemente a centenas de brasileiros na fila de espera por um transplante de coração. Este acontecimento chamou a atenção para a realidade dos transplantes de órgãos no Brasil e a longa fila de espera a que muitos pacientes estão sujeitos.

A fila de espera por transplantes de coração no Brasil

Segundo informações do Ministério da Saúde, atualmente existem 386 brasileiros esperando por um novo coração. Em São Paulo, onde Faustão está aguardando o transplante, a fila é a maior, com 208 pessoas.

A maior parte das pessoas na fila de espera por um transplante de coração são homens, principalmente entre 50 a 64 anos. Na faixa etária de Faustão, acima de 65 anos, existem 26 homens e quatro mulheres à espera de um transplante.

Em 2023, foram realizados 244 transplantes de coração, sendo que apenas 17 foram em idosos com mais de 65 anos. A maioria das cirurgias foi realizada em pacientes de 50 a 64 anos.

Quem precisa de um transplante de coração?

Os transplantes de coração são indicados para casos de insuficiência cardíaca grave, que não podem mais ser tratados apenas com medicamentos ou outras cirurgias.

Os pacientes são colocados em uma fila única de transplante, que é administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A ordem na fila é determinada pela data em que o transplante foi solicitado, mas essa ordem pode ser alterada de acordo com a gravidade do estado de saúde do paciente.

A doação de coração

A doação de coração só é possível quando o doador é diagnosticado com morte encefálica, o que significa que as funções cerebrais foram irreversivelmente danificadas. Apesar disso, o coração do doador continua batendo, o que é essencial para a extração do órgão.

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Os pacientes são colocados em uma fila única de transplante, que é administrada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Imagem: Reprodução

O processo de transplante de coração

O sucesso de um transplante de coração é uma verdadeira corrida contra o tempo. O prazo máximo para que o órgão chegue ao paciente é de quatro horas. Além disso, a distância entre o doador e o receptor não pode ser muito grande.

Além do tempo, também é necessário verificar a compatibilidade sanguínea do doador e do receptor, bem como o tamanho do coração. Um órgão pequeno pode não ser suficiente para uma pessoa grande, por exemplo.

Os riscos do transplante de coração

Como qualquer cirurgia de alta complexidade, o transplante de coração tem seus riscos. Alguns dos principais problemas no pós-operatório incluem sangramento, infecção e rejeição do órgão.

A fila de transplante de órgãos no Brasil

No Brasil, quase 66 mil pessoas estão na fila de transplante de órgãos. Os órgãos mais demandados são os rins e as córneas. Veja a lista do número de pacientes à espera de cada órgão:

  • Rim: 36.960
  • Córnea: 25.689
  • Fígado: 2.253
  • Pâncreas e rim (realizado em conjunto, método mais comum): 392
  • Coração: 386
  • Pulmão: 173
  • Pâncreas: 51
  • Multivisceral (de múltiplos órgãos abdominais): 7

A situação do Faustão

Após duas semanas de internação, o estado de saúde de Faustão se agravou e ele foi incluído na fila de transplante de coração. Segundo o hospital, ele está sob cuidados intensivos e depende de diálise e medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração.

Mortalidade na fila de transplante

No ano passado, em São Paulo, 214 pessoas entraram na fila de espera por um coração, porém, 43 morreram antes de receber o transplante. Isso representa uma taxa de mortalidade de 20%. Em todo o Brasil, das 432 pessoas que entraram na fila por um novo coração, 105 (24%) morreram antes de receber o transplante.

A importância da doação de órgãos

Desde o início da pandemia, o Brasil enfrenta uma situação crítica na área de transplantes. Pela primeira vez na história, o número de pessoas na fila de transplante superou a marca de 50 mil. A situação é o reflexo da recusa das famílias em doar os órgãos de seus entes queridos.

De acordo com a legislação brasileira, mesmo que a pessoa tenha decidido doar seus órgãos, a palavra final é da família. Isso significa que, mesmo que a pessoa tenha manifestado o desejo de ser doadora, a família pode se recusar a autorizar a doação.

Conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos é fundamental para salvar vidas. O caso do Faustão é um lembrete de que a espera por um transplante pode ser longa e angustiante, mas a doação de órgãos pode fazer toda a diferença.

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