Em março, os brasileiros encontraram preços mais acessíveis nos supermercados do país. Isso porque a cesta básica ficou mais barata em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O resultado positivo no último mês, aconteceu devido à redução dos preços de itens importantes na mesa do brasileiro, que puxou para baixo o valor da cesta básica em vários locais do país. O produto com maior destaque foi o óleo de soja.
Segundo o levantamento, o preço do item caiu em todas as capitais. As reduções variaram entre -8,06%, em Belo Horizonte, e -0,81%, em Aracaju. Os principais fatores que derrubaram o preço do item em março foram:
- Baixa demanda externa da soja;
- Avanço da colheita do grão no Brasil;
- Altos preços praticados no varejo nacional.
No acumulado dos últimos 12 meses, o preço do óleo de soja também caiu em todas as cidades pesquisadas. Os maiores recuos foram observados em Campo Grande (-26,46%), Belo Horizonte (-25,41%) e Rio de Janeiro (-20,21%).
Batata e café em pó também ficam mais baratos
Outro item que também é muito utilizado pelos brasileiros e que ficou mais barato em março foi a batata. Em síntese, os preços do produto caíram em todas as capitais do Centro-Sul, locais onde ocorre a coleta dos valores do tubérculo.
A saber, as quedas variaram entre -22,22%, em Belo Horizonte, e -8,74%, em São Paulo. Ainda no referido mês, o preço da batata caiu devido à oferta expressiva, resultado da colheita da safra das águas, segundo o Dieese.
Com relação aos últimos 12 meses, o valor da batata diminuiu em quase todas as capitais pesquisadas. A única exceção foi São Paulo, onde o preço do tubérculo subiu 5,11%. Por outro lado, entre os recuos, os mais expressivos vieram de Brasília (-25,26%) e Campo Grande (-18,86%).
Em março, o preço do café em pó também recuou em 16 dos 17 locais pesquisados, com destaque para Vitória (-4,32%), Brasília (-3,01%) Florianópolis (-2,79%) e Porto Alegre (-2,71%). O único local a registrar aumento dos preços do item foi Natal (+0,20%).
Em suma, “houve diminuição das cotações externas do grão e, internamente, a indústria não realizou negociações. No varejo, o movimento foi de recuo nos preços”, informou o Dieese. Nos últimos 12 meses, o café ficou mais barato em dez capitais, destacando-se Brasília (-17,84%) e Vitória (-12,87%).
Carne bovina ajuda a reduzir o preço da cesta básica
A carne bovina de primeira também ficou mais barata na maioria dos locais pesquisados em março. Ainda, de acordo com o Dieese, o valor do item reduziu em 12 capitais, destacando-se Goiânia (-3,29%) e Brasília (-2,38%). Em contrapartida, os avanços oscilaram entre 0,28%, em São Paulo, e 0,90%, em Florianópolis.
Desse modo, “a suspensão das exportações para a China, pelo período de um mês, fez com que o valor da arroba caísse em março. No varejo, a demanda foi fraca, devido aos altos patamares de preço da carne de primeira”, informou o Dieese.
Na base anual, a queda dos preços foi observada em 15 capitais, com destaque para Brasília (-8,45%), Goiânia (-5,33%) e São Paulo (-5,29%).
Vale destacar que os altos preços da proteína acabam pressionando milhares de famílias de renda mais baixa a substituírem o produto por outros mais baratos.
Por exemplo, o consumo de carne de frango e ovo, que têm preços mais acessíveis, cresce no país, refletindo as dificuldades de várias famílias em adquirir alimentos mais caros.
As capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
China voltou a importar carne bovina do Brasil
A China encerrou o embargo sobre as importações de carne bovina brasileira após 29 dias de suspensão. A interrupção das vendas para o país asiático teve início em 22 fevereiro e afetou o comércio entre as nações, ajudando a reduzir o preço da proteína no Brasil.
A expectativa de analistas era que os valores da carne bovina poderiam recuar no país, ao menos em curto prazo. Em suma, a inflação mais controlada permitia a redução, mesmo que tímida, dos preços da proteína.
Entretanto, muitos produtores decidiram estocar a carne, esperando pela retomada das exportações. Como a oferta não teve um crescimento muito expressivo no país no período, os preços se mantiveram praticamente estáveis, no geral, com poucas variações.
Isso foi evidenciado pelo Dieese, visto que as quedas não se mostraram tão intensas quanto poderiam, mesmo com a possibilidade de aumento da oferta da carne bovina no país.