No Brasil, as preferências dos motoristas estão muitas vezes mais voltadas para a aparência dos veículos. Assim, valorizam equipamentos que melhoram o visual em detrimento de itens de segurança ou comodidade. Como resultado, alguns carros que são considerados feios são muitas vezes ignorados, mesmo que sejam excelentes para dirigir e tenham outros atributos.
Nesta lista, nosso foco será exclusivamente na experiência ao volante, destacando carros que conquistam os motoristas somente após serem conduzidos. Se você é um entusiasta e não se preocupa muito com a opinião dos outros, essa lista pode ser de grande utilidade.
Os 5 carros úteis, mas “feios”
1.Nissan Tiida
Há aproximadamente 15 anos, o mercado brasileiro de hatchbacks médios estava em alta, oferecendo opções de quase todas as marcas. A Nissan decidiu importar o Tiida do México, mas não conseguiu repetir o mesmo sucesso obtido com o sedã Sentra, principalmente devido ao visual peculiar do Tiida.
O conjunto formado pelo motor 1.8 16 válvulas em combinação com o câmbio manual de seis marchas proporcionava um desempenho satisfatório sem comprometer o consumo de combustível, já que a sexta marcha permitia manter a rotação baixa em rodovias. Além disso, a suspensão do veículo era bem ajustada, garantindo boa estabilidade nas curvas.
Posteriormente, a Nissan lançou o Tiida Sedan, que era considerado ainda mais desprovido de apelo estético do que o hatch. Essa versão oferecia menos equipamentos e, na versão de entrada, nem mesmo o sistema de freios ABS e os airbags estavam disponíveis. No entanto, ao menos continuava sendo um carro agradável de dirigir.
2.Toyota Etios
O Toyota Etios é frequentemente citado em listas de carros com design questionável e não poderia deixar de estar presente aqui. Apesar de sua aparência não tão atrativa, o Etios é recompensado por sua boa dinâmica e dirigibilidade.
As versões equipadas com o motor 1.5 ofereciam um desempenho bastante satisfatório, especialmente após receberem melhorias como o comando de válvulas variável e o câmbio de seis marchas. A opção de entrada com o motor 1.3 também era bem recebida, principalmente por competir com alguns carros que possuíam tecnologia mecânica desatualizada.
3. Renault Clio
O Renault Clio sempre se destacou como um dos compactos mais elegantes e prazerosos de conduzir no Brasil. No entanto, a última reestilização realizada em 2012 acabou comprometendo seu atributo de beleza. Felizmente, a montadora francesa não prejudicou a dinâmica do veículo.
A atualização não apenas deixou o Clio com uma aparência menos atraente, mas também afetou a visibilidade devido à mudança no vidro traseiro. Quanto à parte mecânica, o carro era equipado apenas com o motor 1.0 de 16 válvulas, um dos mais potentes em seu segmento, proporcionando boas respostas ao dirigir.
4. Volkswagen Golf GTI 4,5
O Golf é altamente admirado pelos entusiastas e é considerado uma referência global quando se trata de carros médios. A quarta geração deste modelo teve sua vida estendida no Brasil, já que a Volkswagen achou dispendioso nacionalizar a sofisticada quinta geração.
Para contornar essa questão localmente, foi realizado um face-lift, resultando em um carro bastante equilibrado, embora visualmente menos atraente. Quanto à mecânica, não houve mudanças, exceto pela alteração na central eletrônica do motor 1.8 20v turbo da versão GTI.
Essa mudança permitiu que o carro utilizasse um mapa de desempenho mais agressivo quando abastecido com gasolina de alta octanagem, aumentando a potência de 180 cv para 193 cv. O objetivo era competir com o Honda Civic Si, que possuía 192 cv. Se o Golf era superior ao rival ou não, dependia do gosto pessoal de cada cliente. De qualquer forma, a diversão ao dirigir era garantida, mesmo que o Golf tivesse se tornado visualmente menos atraente.
5. Ford Fiesta 1.4 16v
Assim como o Golf é visto como um padrão no segmento de carros médios, o Ford Fiesta possuía uma aura semelhante no segmento de compactos na Europa. A marca sempre foi cuidadosa com a dinâmica de seus carros, no entanto, a quarta geração do Fiesta chegou com um desenho dianteiro um pouco desanimador.
Além disso, o desempenho das versões 1.0 e 1.3 também não era dos melhores, já que o motor Endura era um projeto bastante antigo. A verdadeira estrela do Fiesta estava na versão de topo, que vinha equipada com um moderno motor 1.4 16 válvulas. Esse motor serviu como base para o desenvolvimento do motor 1.6 Sigma, o qual foi adotado anos depois para substituir o Zetec Rocam.
Após a reestilização na dianteira, o Fiesta deixou de ser um carro com aparência desagradável. Nessa atualização, os motores Endura e Sigma foram substituídos pelos mais fortes e de manutenção mais simples, Zetec Rocam 1.0 e 1.6.