Especialistas pedem explicação sobre aplicativo instalado sem permissão
A recente instalação não autorizada do aplicativo “Minha Escola SP” nos aparelhos celulares de professores, alunos e pais da rede estadual de ensino de São Paulo causou surpresa e preocupação.
Instalação involuntária de aplicativo em celulares: um desafio para a privacidade e proteção de dados
Esse episódio evoca lembranças de um problema semelhante ocorrido no Paraná no ano passado. No entanto, especialistas e autoridades estão se unindo para entender o que aconteceu. Bem como, quais dados podem ter sido vazados e se houve uma violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020.
A instalação involuntária do aplicativo
Na semana passada, professores, alunos e pais da rede estadual de ensino de São Paulo foram surpreendidos pela instalação não autorizada do aplicativo “Minha Escola SP” em seus aparelhos celulares pessoais.
Desse modo, essa situação levantou preocupações sobre a privacidade e a proteção de dados, já que a Lei Geral de Proteção de Dados exige consentimento prévio para a instalação de aplicativos que acessam informações pessoais.
Contudo, o problema não é isolado. No ano passado, um incidente semelhante ocorreu no Paraná, com o mesmo aplicativo. Coincidentemente, na época, Renato Feder, que agora é titular da pasta da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, estava à frente da Secretaria de Educação do Paraná.
Reações e posicionamentos
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) recebeu uma série de relatos de professores que tiveram o aplicativo instalado em seus celulares sem consentimento.
Desse modo, alegando uma violação da LGPD, o sindicato buscou respostas da Secretaria Estadual da Educação, que declarou que a instalação indevida ocorreu através de chips corporativos fornecidos pelo governo aos servidores.
A Secretaria da Educação (Seduc) reconheceu o erro e iniciou um processo administrativo para investigar o incidente. Assim, a instauração de um processo de reversão foi realizada, solicitando a exclusão do aplicativo. Além disso, a Seduc expressou seu lamento pelo ocorrido e afirmou que está tomando as medidas necessárias para corrigir a situação.
Análise da situação pelos especialistas
Especialistas em proteção de dados e privacidade destacam que o incidente pode representar uma infração da LGPD. Já que a lei exige consentimento prévio para a instalação de aplicativos que acessam informações pessoais.
No entanto, é necessário determinar se ocorreu uma invasão de privacidade, o que dependerá da extensão do acesso concedido pelo aplicativo aos dados pessoais dos usuários.
Carlos Coninck, especialista em proteção de dados, observa que uma investigação detalhada é necessária para entender como a instalação ocorreu. Ele ressalta que a infração existe devido à instalação não autorizada do aplicativo.
Respostas jurídicas e sanções
Diante da situação, os afetados têm recursos legais para buscar proteção de seus direitos. Ademais, especialistas enfatizam que os professores e alunos podem acionar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para investigar a irregularidade e aplicar sanções cabíveis.
Além disso, há a possibilidade de busca por recursos judiciais em caso de prejuízo efetivo causado pela violação. Certamente, as sanções que a Secretaria Estadual da Educação pode enfrentar incluem advertência. Bem como, publicização da infração, bloqueio de dados pessoais relacionados à infração e suspensão do tratamento de dados pessoais. O cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados é crucial para evitar penalidades e proteger a privacidade dos cidadãos.
O papel do Google na situação
A empresa Google, que fornece a plataforma Google Workspace for Education, alega que seus termos de serviço estão em conformidade com a LGPD. Desse modo, a empresa enfatiza que os gestores das instituições de ensino são responsáveis pela administração e configuração dos dados dos usuários. Além disso, o Google esclarece que não participa do desenvolvimento, testes ou instalação do aplicativo “Minha Escola SP”.