Membros da oposição estão de olho nessa ideia do Governo Federal de pagar uma espécie de Auxílio Emergencial para jovens. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, vem falando sobre essa ideia, mas não vem dando muitos detalhes sobre o programa.
O que se sabe até agora é que o projeto vai se chamar Bônus de Inclusão Participativa (BIP). Por essa ideia, um jovem que não trabalha e não estuda receberia uma bolsa mensal de R$ 600 para trabalhar pela primeira vez em uma grande empresa.
Membros da oposição estão afirmando que o Ministro da Economia precisa explicar melhor como isso aconteceria. É que eles temem que isso possa acabar virando uma espécie de mão de obra barata. Isso porque as empresas pagariam bem menos pelo trabalho de um empregado.
Pela proposta, Guedes disse que uma empresa não precisaria mais pagar o salário mínimo de R$ 1100 para o jovem trabalhador. A ideia é que o estabelecimento pague apenas R$ 300 e o Governo Federal pague os outros R$ 300 por mês. É portanto uma diferença grande de pagamento.
De acordo com informações de bastidores, deputados estão planejando o início de uma pressão para que Guedes explique quais são os pontos desse programa. Eles querem saber portanto o que esse jovem faria, e se ele trabalharia normalmente como qualquer outro empregado.
Críticas ao projeto
As críticas começaram a ganhar mais força ainda nesta semana. É que Gudes deu mais alguns detalhes sobre o projeto em questão. Ele disse que a ideia é começar os trabalhos no próximo semestre deste ano. Por isso, ele tem uma certa pressa neste momento.
Guedes também disse que membros do Ministério da Economia se encontraram com algumas empresas que querem entrar nesse programa em questão. Uma delas, ainda de acordo com o Ministro, foi a McDonalds. A gigante do ramo de fast food, no entanto, ainda não fechou nenhum contrato.
“O jovem participante do programa fará cursos? Aprenderá uma profissão que o habilite a disputar melhores salários? E qual seria a diferença entre o que está em elaboração e o Jovem Aprendiz, que já existe?”, questionou o articulista de Economia Marcello Corrêa, em entrevista para o jornal O Globo.
Auxílios no segundo semestre
No entanto, o fato mesmo é que o Governo ainda não bateu o martelo sobre nenhum desses projetos em questão. De acordo com informações de bastidores, a ordem dentro do Palácio do Planalto agora é idealizar vários programas para o segundo semestre.
O Ministério da Cidadania, por exemplo, está planejando a reformulação do Bolsa Família. A ideia é fazer com que isso esteja pronto até o próximo mês de agosto. No entanto, alguns membros do próprio Palácio do Planalto preferem prorrogar o Auxílio Emergencial.
Enquanto não toma essas decisões, o Governo Federal segue com os pagamentos do atual benefício emergencial. Nesta semana, aliás, eles estão realizando os repasses da segunda parcela do benefício em questão. Até aqui, o que se sabe é que os pagamentos irão seguir até o próximo mês de julho.