Você não entendeu porque o preço da cebola e do tomate subiram? Saiba que o aumento é resultado de pelo menos dois fatores: problemas climáticos e o intervalo de safra.
Para se ter uma ideia, as duas hortaliças chamaram atenção pela alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro. O resultado foi divulgado divulgado nesta terça-feira (09).
Veja os resultados:
Impulsionada pelos alimentos, a inflação oficial do país terminou 2020 com alta de 4,52%. Esta é a maior inflação do ano no Brasil desde 2016,
Aumento da cebola
O resultado de preços altos deve em parte a problemas durante o cultivo, que impulsionaram a falta de oferta da cebola.
Mas não é de hoje que está hortaliça poderia ter uma oferta menor, já em setembro e outubro houve seca no período de plantio. É o que defendeu, ao G1, a pesquisadora Marina Marangon, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP:
“Teve um problema de seca nas plantações do Sul. Depois, durante o período de desenvolvimento, algumas áreas foram atingidas por granizo, principalmente em Santa Catarina, e ainda teve chuvas em alguns períodos da colheita”.
Outro problema apontado pela pesquisadora seria a umidade registrada. A estocagem, que acontece agora, estaria sendo impactada pela umidade. Está estaria impulsionando a geração de fungos e diminuição de qualidade.
As próximas safras, porém, devem ter resultados melhores. “Por causa do tempo seco, outras regiões acabaram plantando mais, então é provável que a gente tenha um maior volume de cebola disponível, uma maior oferta e aí uma diminuição de preços”, explica Marina.
Contudo alguns fatores podem influenciar no resultado final. “Mas o plantio acabou de acontecer, pode ser que chova durante o desenvolvimento, então não dá pra ter tanta certeza”, comenta a pesquisadora.
Tomate
Desde o ano passado o preço do tomate vem subindo, desta vez, a alta foi impulsionada pelo intervalo de safra, concentrado do mês passado. A afirmação é do pesquisador João Paulo Deleo, que também é do Cepea (Esalq-USP) em entrevista ao G1.
“No início de janeiro, algumas regiões entraram em intervalo de safra, como a região de Itapeva, em São Paulo, e a região de Reserva, no Paraná. Então a oferta diminuiu e o preço aumentou”, diz Deleo.
Por outro lado, a expectativa é de preços menores em fevereiro, com a retomada da colheita, Inclusive algumas regiões do Brasil a colheita já está acontecendo e gerando preço menores.