Entenda o alto preço do arroz mesmo com queda da inflação
O preço do arroz teve alta recorde de quase 70% nos últimos 12 meses, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo com uma queda da inflação em fevereiro de 1,52%, o produto ainda está longe de voltar ao preço antes da alta e continua pesando no bolso dos brasileiros. Mas afinal o que motivou está alta?
Importante entender que o IPCA é o indicador considerado oficial que mede a inflação no país. O levantamento é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dito isso, vamos ao fatos sobre o preço do arroz: porque o arroz ficou tão caro?
- Um dos principais motivos é o aumento do consumo do arroz na pandemia da Covid-19. Com mais pessoas em casa o consumo do arroz também aumentou;
- Outro ponto é alta do dólar que mais uma vez impacta o mercado brasileiro. O preço do arroz mudou pelo aumento de vendas para o exterior e diminuição da oferta local. Com o dólar em alta, se tornou mais vantajosa a exportação, do que a importação;
- Além disso, foi registrada alto nos custos para o cultivo. Os preços dos fertilizantes também subiram, gerando produzir arroz mais caro. O produtor repassou está alta, que refletiu no preço do arroz final para o consumidor.
Em fevereiro, por outro lado, a procura pelo grão foi menor, fazendo o preço do arroz diminuir, porém sem atingir valores anteriores. Especialistas ouvidos pelo G1 analisam que o preço do arroz vai demorar a atingir os patamares registrados antes da pandemia da Covid-19.
Entenda também o aumento da cebola e do tomate em janeiro.
Preço do arroz e medo de escassez
Um receio da população também foi responsável pela alta dos preços. Isso porque por acreditar que a safra não seria suficiente, muitos compraram mais do que de fato precisavam, de acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fábio Carneiro.
“A produção não acompanhou a demanda de 2020 de arroz no mercado global”, comentou.
“No ano passado teve uma preocupação muito grande se ia faltar arroz no Brasil e isso levou a uma intensificação do período de entressafra, que é geralmente no segundo semestre”, relata o assessor. “E essa preocupação acabou pressionando ainda mais o mercado”.
Neste cenário, a última safra de grãos foi positiva, 257,8 milhões de toneladas, sendo 11,2 milhões t apenas de arroz. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).