Escolas da rede privada e pública do Maranhão se preparam para a volta às aulas, após terem ficado quatro meses sem atividades presenciais por conta da pandemia de Covid-19. A retomada será baseada em protocolos sanitários e pedagógicos e devem optar, por exemplo, pelo ensino híbrido (com aulas online e presenciais).
Algumas unidades de ensino privadas optaram pelo retorno das atividades presenciais no dia 3 de agosto, de acordo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Maranhão (Sinep), que representa mais de 50 escolas e universidades particulares no estado. A medida vale para séries da educação infantil, ensino fundamental, médio e superior e, segundo o sindicato, a volta não será obrigatória.
Já a portaria emitida pelo Governo do Maranhão, na segunda-feira (20), determinou que as aulas da rede estadual sejam retomadas no dia 10 de agosto e somente para o terceiro ano do ensino médio.
Para os alunos de escolas estaduais que estudam nas demais séries, o documento diz apenas que novas portarias serão lançadas “à luz dos indicadores epidemiológicos”. Até esta segunda, de acordo com a Secretaria de Saúde (SES), o Maranhão havia registrado 106.906 casos e 2.740 mortes por Covid-19.
Esta é a quarta vez que o governo Flávio Dino (PCdoB) remarca a previsão da volta às aulas. Inicialmente, um decreto apontava o retorno para 15 de junho. Depois, a data foi alterada para o dia 1º de julho. Por fim, o governador afirmou que as aulas estavam previstas para o dia 1º de agosto.
De modo geral, as diretrizes estipuladas pelos órgãos responsáveis para a voltas às aulas adotam medidas semelhantes como distanciamento, obrigatoriedade do uso de máscaras faciais de tecido, distribuição de álcool em gel e ensino híbrido, por exemplo. Mas há diferenças como a proibição do uso do bebedouro coletivo em escolas da rede privada e o cancelamento de eventos esportivos na rede pública.
A obrigatoriedade do retorno, mesmo no formato híbrido, também só vale para escolas da rede pública. Já na rede privada, as famílias podem optar por seguir apenas com o ensino à distância. Para evitar aglomerações, as escolas privadas optaram pela suspensão do recreio dos estudantes. Segundo matéria do G1, a Secretaria de Educação não respondeu como será a medida para os estudantes da rede pública.
Diferente da rede privada e estadual, o retorno das aulas na rede municipal de São Luís deve acontecer somente em setembro. A Secretaria de Educação (Semus) informou que ainda não há um cronograma definido para a retomada, mas a ideia é que os alunos do 8º ao 9º, retornem primeiramente. Em seguida, o 5º ano e assim por diante.
Como vai funcionar?
A retomada deve seguir os protocolos sanitários para a Covid-19, que foram determinadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Algumas escolas particulares, por exemplo, além de seguirem as diretrizes estaduais, consultaram hospitais e médicos que atuam na linha de frente contra a doença. Veja abaixo:
Rede estadual
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, as aulas para a rede estadual acontecerão por meio de rodízio semanal de estudantes. O ensino será híbrido, ou seja, parte será presencial e parte será à distância.
O uso de máscaras será obrigatório e os alunos e funcionários terão a temperatura aferida na entrada. O cronograma determina que a reposição da carga horária deve ser realizada durante com aulas aos sábados ou será ampliada, em até duas horas-aula, a jornada escolar no contra turno do estudante. Além disso, as escolas também devem:
- Distribuir materiais de higiene e desinfecção para os estudantes, professores e demais funcionários;
- Escalonar o horário de entrada e saída de séries e turmas, com intervalos entre os grupos, a fim de evitar aglomeração;
- Sinalizar distanciamento nas filas das lanchonetes e restaurantes;
- Desinfectar, de forma permanente e contínua, com produtos adequados ao combate da Covid-19, os locais utilizados rotineiramente nas instituições;
- Suspender as atividades presenciais que podem provocar aglomeração de pessoas, a exemplo de eventos, prática de esportes, torneios, gincanas e solenidades de formatura;
- Instituir uma Comissão de Saúde;
- Manter o distanciamento social, sendo 1 metro para ambientes com ventilação natural e 1,5 m para ambientes com ventilação artificial;
- Garantir a lavagem frequente das mãos e observar dos protocolos e etiquetas respiratória.
Rede privada
Para a rede privada de ensino, os protocolos sanitários para os alunos serão praticamente similares ao das escolas estaduais. Mas, diferente da rede estadual, o retorno às aulas não será obrigatório e por isso, o sistema híbrido de ensino será mantido. Além disso, o recreio será suspenso. As escolas também deverão adotar as seguintes medidas:
- Criar um protocolo de segurança sanitária;
- Orientação constante sobre o uso e manuseio das máscaras;
- Proibição do uso coletivo de bebedouros;
- Adoção de garrafas de água individuais;
- Realizar a divisão das turmas em grupos;
- Distribuir álcool em gel para os alunos e instalar reservatórios com o produto nas dependências;
- Estabelecer horários diferenciados de entrada e saída;
- Escalar dias para as aulas presenciais;
- Distanciamento mínimo de 1,5 m entre os estudantes.
Preparação para o retorno
Ao G1, o diretor de Gestão e Projetos do Grupo Crescimento, Marco Moura, explicou que estão sendo enviados aos pais, alunos e professores cartilhas, e-books e vídeos explicativos sobre os protocolos que deverão ser adotados pela escola. Houve também a intensificação do treinamento com os educadores que vão receber os alunos presencialmente nos próximos dias.
“Estamos realizando o envio de cartilhas, de e-books, de vídeos educativos e fazendo a formação do nosso time de colaboradores durante o mês de julho. Iremos intensificar agora no fim do mês, quando antecede as aulas. Estamos preparando todos para poder receber melhor os alunos nessa retomada. Os pais também estão recebendo informativos, cartilhas online e participando conosco de reuniões, a respeito dos protocolos de saúde, sanitário e do protocolo pedagógico”, explicou.
Além disso, foram realizadas adaptações pedagógicas, como por exemplo, a adoção de atividades individuais para alunos da Educação Infantil e a divisão das turmas por grupos. Amanda Batalha, professora da escola Mapple Bear, disse ao G1, que a medida deve ajudar no auxílio ao aprendizado, já que as aulas serão direcionadas a um grupo menor de estudantes.
“Separamos alguns momentos nos quais as crianças que estarão aqui presentes, vão desenvolver atividades de forma independente e por isso, vamos poder dar o auxílio às crianças que optarem por continuar na modalidade on-line. A principal mudança é que as turmas serão divididas em dois grupos. Então cada grupo ficará em um espaço físico separado, diferente, respeitando as normas de distanciamento e isso será um benefício para a gente, porque poderemos dar um auxílio mais eficiente para cada grupo de alunos, já será um grupo menor”, disse. Fonte: G1