A pandemia do novo coronavírus trouxe uma nova realidade para as redes de ensino, estudantes e pais: a educação remota. Nunca se falou tanto como agora sobre o ensino a distância e a possibilidade dele se tornar cada vez mais presente no processo de aprendizagem do estudante. Porém, a diferença entre as classes sociais revela um dado desafiador para a educação brasileira: cerca de 30% dos lares no país não têm acesso à internet.
A informação faz parte do levantamento “TIC Domicílios 2019”, elaborado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic). Ele revelou que entre as famílias cuja renda é de até um salário mínimo, metade não consegue acesso à rede em casa. Enquanto que famílias pertencentes à classe A, apenas 1% não possui conexão.
Além desse obstáculo, outros foram abordados na pesquisa como:
- Falta de espaço adequado para o aluno estudar;
- Ausência de saneamento básico;
- Falta de equipamentos como computadores e notebooks;
- Problemas de conexão;
- Professores com dificuldades para utilizar a tecnologia na educação de forma eficiente.
O levantamento evidencia a importância de discutir e elaborar alternativas para essas famílias sem acesso à internet. Como, por exemplo, a distribuição de conteúdo universal por meio de aulas na TV e mais materiais impressos.
Celular: ferramenta que limita a aprendizagem
A pesquisa também revela que o celular é o segundo equipamento mais presente nos lares brasileiros, ficando atrás apenas da TV (96%). Entre as classes D e E, 85% acessa a internet pelo aparelho móvel.
Isso significa que o ensino remoto não será o mesmo para os estudantes que precisam acessar videoaulas e conteúdos por meio de uma tela pequena no aparelho móvel, comparado à classe A, onde os computadores portáteis estão mais concentrados.