De acordo com o Boletim InfoMercado, o consumo de energia elétrica diminuiu 7,9% na primeira metade de outubro comparado com o mesmo período de 2020. A informação foi divulgada nesta terça-feira (26) na publicação quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O documento pontua que a redução do consumo no período tem ocorrido por conta das temperaturas mais brandas no Sudeste e Sul neste ano. Com a temperatura mais amena, os consumidores recorrem menos a aparelhos de ar-condicionado.
Segundo informações disponibilizadas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a demanda média no período foi de 62,4 mil megawatts (MW) do Sistema Interligado Nacional (SIN). Esse número está abaixo dos 68 mil previstos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O estudo constatou que a redução ocorreu por conta da queda de consumo no mercado regulado (que atende a população geral). Nesse âmbito, houve uma redução de 12,5%. Já no mercado livre, onde são atendidos consumidores de médio e grande porte, houve um aumento de 2,1%.
O Boletim InfoMercado ainda pontuou que nesse período houve um aumento na geração distribuída. Essa modalidade de geração de energia acabou influenciando na queda da demanda no mercado regulado, já que sem ela a redução teria sido 11,1% menor. Geração distribuída é o termo dado à energia gerada no local de consumo, sendo ela solar, eólica ou hídrica.
Energia eletrica tem alta acumulda de quase 25%
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (26), o preço da energia elétrica acumula uma alta de 24,97% em 2021. Para o IBGE, o avanço tem relação com a crise hídrica.
O IBGE ainda divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve uma alta de 1,2%, sendo um valor acima do esperado no mês de outubro. Os dados disponibilizados no Índice apontam que o grupo Habitação teve o maior impacto individual na prévia da inflação, de 0,19 ponto porcentual. O preço da energia elétrica está incluído no grupo Habitação.
Para calcular o IPCA o IBGE analisa variações de preços nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Goiânia e também no Distrito Federal. Os dados do índice citados acima foram coletados entre os dias 15 de setembro e 13 de outubro de 2021.
Motivo para a alta do valor na conta de luz
A crise hídrica que o Brasil vem enfrentando, e segundo especialistas é a maior crise de escassez de água nos últimos 91 anos, têm afetado a tarifa da conta de luz. O valor aumenta, ao passo que no momento a energia elétrica é a segunda maior fonte de energia consumida no país, ficando atrás apenas do petróleo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento da conta de energia elétrica está associado à Bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz para cada 100 kWh consumidos. A nova bandeira foi empregada pela Aneel pois por conta da escassez de água, foi necessário que outras fontes de energia mais caras fossem acionadas.