Literatura no vestibular: As três gerações do Modernismo no Brasil
Entre as escolas literárias mais presentes em questões de provas dos vestibulares tradicionais está o Modernismo. Esse movimento artístico e cultural marcou o século XX, transformando a arte produzida a partir de então. O marco do início do Modernismo no Brasil foi a Semana de Arte Moderna, que aconteceu em fevereiro de 1922.
Tendo se iniciado na Europa, em meio a conflitos e a uma grande crise mundial, o Modernismo desde o seu surgimento tinha como preceito o rompimento com os valores estéticos e artísticos do passado.
No Brasil, o movimento teve amplitude cultural, política e social, dividindo-se em três fases com características distintas. Confira a seguir um breve resumo sobre as fases do Modernismo no Brasil.
1ª fase, a Fase Heroica
A primeira fase do modernismo no Brasil é chamada de “Fase Heroica” e vai de 1922, quando acontece A Semana de Ate Moderna, até 1930. A Semana de 22 aconteceu em São Paulo no Teatro Municipal e reuniu diversos artistas brasileiros, mas principalmente do eixo Rio-São Paulo.
Nesse evento, os artistas apresentaram ao público brasileiro uma estética inovadora, muitos trazendo do exterior a ideia do movimento modernista de romper com a tradição. Desse modo, essa fase é marcada pelo ideal libertário em busca da renovação da forma de fazer arte.
No Brasil, essa primeira fase apresentou uma busca pela formação da identidade nacional. Na literatura, as obras ressaltavam o caráter particular do português usado no Brasil, por exemplo.
Assim, entre as principais características da fase figuram o nacionalismo crítico, a busca pelo resgate das raízes culturais brasileiras, as críticas à realidade social e política no país, a busca pela linguagem brasileira e o uso de versos livres. Entre os principais autores dessa fase estão Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.
2ª fase, a Geração dos 30
O ano escolhido como marco para o início da 2ª fase é o de 1930. Em suma, as obras modernistas produzidas entre as décadas de 30 e 40 são reflexo das profundas crises da sociedade da época. Entre os eventos do período estão a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial.
Nesse sentido, a prosa brasileira apresenta de modo enfático a análise crítica da sociedade abordando temas como o desemprego, a miséria e a fome no Brasil.
O destaque desse período são as obras do regionalismo nordestino, que falam sobre a seca enfrentada pela região. Entre os autores de obras regionalistas de maior destaque estão Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz.
3ª fase, a Geração de 45
Marcado polo fim da Segunda Guerra Mundial, o ano de 1945 é também o ano que marca o início da 3ª fase do Modernismo no Brasil. Essa fase do movimento foi a que mais se afastou da proposta fundadora do movimento, com obras que apresentavam características bem distintos daqueles estabelecidos na 1ª fase e também na “Geração dos 30”. Desse modo, muitos consideram que essa 3ª fase é, na verdade, uma fase “pós-modernista”.
Enquanto a primeira fase usava a linguagem coloquial e defendia a liberdade de forma, com os versos livres, por exemplo, a “Geração de 45” tinha outras preocupações estéticas. Desse modo, os autores da época buscavam novas formas de expressão estética, recorrendo a inovações na estética, nos temas e nos usos linguísticos.
Desse modo, as obras dessa fase apresentam uma linguagem mais academicista e objetiva. Na prosa, os autores exploraram bastante a psicologia humana em obras que abordaram temas mais intimistas e existencialistas. Quanto à obra poética dessa 3ª fase, é possível afirmar que houve um retorno à forma, com a preocupação com métrica e rima.
Entre os principais autores dessa fase estão Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Mário Quintana e João Cabral de Melo Neto.
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