O número de famílias endividadas no Brasil vem batendo recordes a cada ano. Já chegou ao percentual de 67,1% com algum tipo de dívida. Ao mesmo tempo, segundo pesquisas, aproximadamente 79% dos brasileiros têm um entendimento errado do que é o endividamento e o superendividamennto, um dado bem alarmante quanto.
Mas, afinal: o que é ter dívidas ou estar em endividamento? E superendividamento? O Notícias Concursos, na matéria desta quarta-feira (30) esclarecerá essas dúvidas.
Dívidas e endividamento
No entendimento de 46% dos brasileiros, ter uma dívida é “ter uma conta em atraso ou que estão sem pagar”. Na verdade, as dívidas são aquelas parcelas, contas ou pagamentos com a qual o consumidor se comprometeu a pagar. Por exemplo: comprou no cartão de crédito e parcelou a compra? Essa é uma dívida que você adquire.
O próprio cartão de crédito é como uma dívida, já que, quando você usa, você se compromete a fazer o pagamento da fatura no mês seguinte. Crediário, empréstimo pessoal, prestações, financiamentos, cheque especial e carnê são outras modalidades de dívida.
Na prática, portanto, o endividamento é o processo de se comprometer com parcelas e pagamentos que deverão ser feitos no futuro e ainda não estão vencidos. Quando esses pagamentos vencem e ficam em aberto, eles se tornam inadimplências.
Isso não significa que todos esses meios de pagamento e soluções financeiras são “vilões” e fazem os consumidores ficarem inadimplentes. Eles podem ser bons aliados de sua vida financeira, mas, como qualquer outra forma de pagamento, é necessário ter planejamento e organização para garantir que será possível arcar com todos os pagamentos e parcelas que virão no futuro e evitar o chamado superendividamento.
Superendividamento
Se endividamento é comprometer-se com contas futuras, o superendividamento é a situação que os consumidores se encontram quando não conseguem mais pagar suas dívidas. Por exemplo, quando alguém se compromete com mais dívidas do que pode arcar em um determinado período.
Segundo o Banco Central, o superendividamento é “quando uma pessoa se vê impossibilitada de pagar suas dívidas atuais ou futuras com sua atual renda e seu patrimônio”. Uma situação que leva ao superendividamento é o que chamamos de “efeito bola de neve”: adquirir diferentes dívidas pequenas que se tornam grandes até, eventualmente, perder o controle delas. E não só isso: situações de gastos inesperados ou de perda de um emprego também podem levar ao superendividamento.
O que fazer para fugir do superendividamento?
O Banco Central preparou uma cartilha com as principais dicas para evitar o superendividamento, sendo a principal a de não gastar mais do que ganha. Imprevistos acontecem, e costumam ser os principais responsáveis pela “bola de neve” de dívidas. Por isso, ter um planejamento financeiro e uma reserva financeira são outras medidas que ajudam neste sentido.
Abaixo, veja as 5 dicas do Banco Central:
- Eliminar todo o desperdício. Em situações de superendividamento, é importante cortar todas as despesas não essenciais.
- Aproveite o 13º salário para quitar dívidas, o FGTS emergencial, ou qualquer renda extra que tiver. A prioridade deve ser quitar seus débitos.
- Troque suas dívidas por outras mais vantajosas, ou seja, com juros menores. É possível, por exemplo, renegociar os pagamentos. Em geral, as dívidas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito têm juros mais elevados, e vale a pena recorrer a algum empréstimo de juros mais baixos para quitá-las.
- Passe a comprar à vista. Se estiver em uma situação de superendividamento, guarde o talão de cheques e o cartão de crédito em casa, para não os usar.
- Se tiver um carro e ele não for instrumento de trabalho ou essencial para a família, não hesite em vendê-lo. Utilize o dinheiro para sair do endividamento. Além de quitar dívidas, ao vender o carro, você ainda estará reduzindo suas despesas mensais.