EMPRÉSTIMO INSS: Bancos estão insatisfeitos com novo corte em teto do consignado
Ministro da Previdência vem afirmando que vai reduzir mais uma vez a taxa máxima de juros do consignado do INSS
Em breve, a taxa máxima de juros do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) poderá ser reduzida mais uma vez. Ao menos este é o desejo do Ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). Entretanto, ele terá uma barreira importante pela frente: as instituições financeiras.
Segundo apurações do jornal Valor Econômico, vários bancos estão dizendo que se uma nova redução da taxa de juros do consignado for aplicada nesta semana, eles poderão parar de oferecer o consignado para os segurados do INSS. Tais instituições financeiras alegam que o Ministério estaria reduzindo o teto sem um devido debate técnico.
É possível adiantar, portanto, que a nova reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que vai definir a nova taxa máxima de juros deverá ser polêmica. O encontro, que envolve representantes do governo e dos bancos, está marcado para ocorrer já na próxima quinta-feira (28).
Por que governo quer reduzir juros?
O Ministro Carlos Lupi defende mais reduções na taxa máxima de juros do consignado porque o Banco Central (BC) vem reduzindo a taxa Selic. Na última semana, por exemplo, o Conselho de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto, de 13,25% para 12,75% ao ano.
Para Lupi, tais reduções devem impactar diretamente nas quedas da taxa máxima de juros para o consignado do INSS. Vale lembrar que esta não é a primeira vez que o movimento ocorreria. Em agosto, quando a primeira redução foi concretizada pelo BC, a taxa máxima de juros caiu de 1,97% para 1,91% ao mês.
“Nossa pretensão é fixar essa taxa de referência para que cada vez que o Banco Central reduzir a taxa, a gente acompanhe a mesma proporcionalidade”, destacou o ministro da previdência em entrevista na última semana.
“A nossa ideia é fazer cada vez mais uma taxa justa, que sirva para o banco ganhar o seu dinheiro, mas que sirva para garantir uma sobrevida razoavelmente digna a quem contrai esse empréstimo”, acrescentou ele.
BB e Banco do Brasil
Vale lembrar, no entanto, que a discussão envolvendo Lupi e os bancos está muito mais ligada ao setor privado. Ainda na última semana, as instituições públicas Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal definiram reduções na suas taxas internas para o consignado do INSS. Tais reduções foram motivadas justamente pela queda na Selic.
- Banco do Brasil
No Banco do Brasil, as reduções podem chegar a 0,04 ponto percentual por mês. Para as pessoas físicas, a instituição decidiu reduzir as taxas do consignado para funcionários públicos e beneficiários do INSS; financiamento de veículos; automático; salário; benefício; renovação; 13º salário; e cartão de crédito.
No caso específico do consignado do INSS, o Banco do Brasil reduziu a taxa mínima de 1,75% para 1,71% por mês. Já o teto da linha passou de 1,89% para 1,85% ao mês. No caso do consignado público e no crédito estruturado, as taxas devem começar em 1,19% ao mês, e em 1,21% ao mês, respectivamente.
- Caixa Econômica Federal
Já na Caixa Econômica Federal, a ideia é que a taxa média de juros do consignado passe de 1,61% para 1,55% ao mês. A instituição, no entanto, ainda não informou quais são os novos valores que serão cobrados especificamente para o consignado do INSS.
Para as micro e pequenas empresas, a Caixa decidiu reduzir em 0,22 ponto as taxas mensais da linha de capital de giro. A partir de agora, estas linhas começam em 0,99%. Para além disso, o prazo para o pagamento passa a ser de até 60 meses, considerando uma carência de seis meses, a depender da modalidade.
“São medidas que alcançam todos os clientes, auxiliando para que as empresas voltem a investir e contratar, e para que as pessoas possam voltar a sonhar e planejar suas vidas”, disse a presidente da Caixa, Rita Serrano.