Quem vive nas proximidades da fronteira entre Brasil e Argentina vem conseguindo notar especialmente nos últimos meses, uma diferença nos preços da gasolina dos dois países. Mesmo passando por uma das piores crises econômicas de sua história, os argentinos precisam pagar um valor notadamente mais barato pelo combustível.
Dados oficiais mostram que neste mês de março, o preço médio do litro da gasolina na cidade brasileira de Foz do Iguaçu está sendo comercializado a R$ 5,29. Já na cidade argentina de Porto Iguaçu, que faz divisa com o Brasil, o preço médio do mesmo litro está na casa dos 242 pesos, ou seja, algo em torno dos R$ 3,90.
Caso o cidadão brasileiro pague o litro com a moeda argentina, a diferença pode ser ainda maior, com o litro chegando a R$ 3,66 equivalentes. Este fato está fazendo com que muitos motoristas brasileiros que vivem perto da fronteira estejam optando por abastecer apenas no país vizinho.
Considerando o exemplo de um carro com capacidade de 50 litros de combustível, o consumidor que cruza a fronteira pode economizar quase R$ 100 na Argentina, caso ele peça para encher o tanque.
Corrida por gasolina
Não é de hoje que brasileiros preferem abastecer os seus veículos na Argentina. Em 2022, quando o litro do combustível ultrapassou os R$ 7 no Brasil, uma grande corrida para o país vizinho foi feita.
A procura foi tamanha que o Governo local decidiu criar regras para que os brasileiros não usassem todo o combustível dos argentinos. Ainda em 2022, foi criada uma norma para que os postos reduzissem a quantidade de gasolina e também o horário de atendimento para os brasileiros.
Hoje, esta regra não é mais seguida. De todo modo, os postos ainda são orientados a criar duas filas de carros. Uma apenas para os brasileiros, e outra apenas para os argentinos, com os nativos tendo naturalmente prioridade de atendimento.
Por que a gasolina na Argentina é mais barata?
Diante dos dados, o consumidor pode se perguntar por que o preço médio do litro da gasolina na Argentina é tão mais barato do que o valor do Brasil. Isso mesmo considerando que o país vizinho está enfrentando uma grande crise econômica com altos índices de inflação.
A resposta pode estar nas decisões do governo local. A gestão do presidente Alberto Fernández optou por subsidiar o combustível. Quando os aumentos são anunciados, a YPF (equivalente à Petrobras) reajusta os preços com margens menores. No final das contas, o consumidor sente pouca diferença ao abastecer.
Preço da gasolina no Brasil
Desde que Lula (PT) assumiu o poder em janeiro deste ano, o preço dos combustíveis vem sendo um tema polêmico. Desde março, o Ministério da Fazenda optou pela reoneração parcial de alguns combustíveis.
O movimento fez com que motoristas de todas as regiões já começassem a sentir a diferença nas bombas. O preço já está mais alto do que o registrado em meses anteriores, sobretudo nos litros da gasolina e do etanol.
Pela decisão do Governo Federal, o diesel segue com desoneração até o final deste ano, ao menos.