Economia: produção industrial em 2022 deve apresentar um crescimento modesto

Expectavia do mercado é de estabilidade

A produção industrial brasileira tem apresentado resultados díspares nos últimos meses mostrando um leve crescimento, devido a uma redução nos custos e uma pequena recuperação no consumo das famílias. De acordo com o IBGE, no segundo trimestre houve um crescimento de 0,6% do setor. No entanto, a indústria recuou outros 0,6% entre os meses de julho a agosto.

A queda na produção industrial do país foi o terceiro resultado negativo de 2022. A princípio, entre os setores econômicos que têm tido resultados aleatórios, podemos destacar os Bens de Consumo Duráveis que apresentou uma alta de 6,1% em julho, compensando a queda de 6,7% do mês anterior.

Em relação aos Bens de Capital, houve um avanço de 5,2%, concluindo uma sequência de duas quedas nos meses anteriores. Ademais, vale ressaltar que estes índices ainda estão bastante inferiores aos de antes da pandemia. Entretanto, o setor industrial vem mostrando uma maior sequência de resultados positivos.

O governo federal procurou influenciar o setor através de medidas e de estímulos à indústria, e obteve algumas respostas bastante satisfatórias. todavia,houve uma melhora na produção industrial, principalmente no mês de julho. Espera-se que o setor manufatureiro continue com a sua trajetória de crescimento nos próximos meses.

Crescimento moderado da produção industrial

O consumo das famílias vem indicando uma leve alta e há uma redução do preço das matérias primas no cenário internacional. A estimativa é que a indústria apresente em setembro uma queda de 0,4% em relação a agosto. É possível que haja uma estabilidade entre o segundo e terceiro trimestre de 2022, cerca de – 0,1%.

A projeção para o desenvolvimento industrial deste ano é de um crescimento moderado, de 0,5%. O mercado vem apontando uma desaceleração da atividade econômica para o segundo semestre. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2022, é estimado uma alta de 2,8%.

Desaceleração econômica

A queda da produção industrial de agosto teve relação com três setores que apresentaram resultados negativos, a mineração/extrativista, alimentos e os derivados de petróleo e biocombustíveis. Eles representam 35% da indústria brasileira. Já os setores químicos e farmacêuticos se desenvolveram no período.

O mercado estima que haja um menor consumo das famílias brasileiras com uma queda nas vendas no varejo em agosto. É possível que haja um impacto da alta de juros básicos da economia afetando a indústria. Além disso, as concessões de crédito estão mais exigentes e há uma redução na demanda externa.

No entanto, a atividade econômica do segundo semestre deve ainda receber os frutos dos cortes de impostos relacionados a combustíveis e energia, e dos programas sociais de transferências de renda feitos pelo governo federal. Dessa maneira, a redução da atividade industrial será menor.

Momento de cautela para a indústria

A redução dos custos operacionais da indústria tem tido um papel fundamental no desenvolvimento do setor. Vale ressaltar que é preciso observar que a queda da atividade em agosto sofreu uma influência da avaliação do mercado, relacionado à situação atual dos negócios. Espera-se que haja uma redução da produção a curto prazo.

Os empresários estão preocupados e sentem que é um momento de cautela, pois estima-se que haja uma redução da atividade econômica do país devido aos impactos relacionados às baixas condições financeiras de investimentos. Por essa razão, é esperado que o terceiro trimestre fique estável. 

Características do mercado atual

Como os juros e a inflação estão em patamares mais elevados, há um aumento nos custos do crédito disponível no mercado. Além disso, há uma diminuição na renda das famílias, aumentando as taxas de inadimplência em todo o país. Desse modo, a indústria apresenta também um saldo negativo.

O desemprego é um fator que afeta a atividade econômica nacional. Mesmo que a taxa de desocupação tenha caído, há ainda um enorme contingente de cidadãos desempregados, o que afeta diretamente o consumo e em consequência, a atividade industrial nacional. 

Por essas razões, a estimativa é a de que a produção do setor tenha um crescimento modesto este ano. Ela tem ficado estagnada desde dezembro de 2021, mesmo com o menor custo apresentado no período. No curto prazo a demanda ainda está aquecida, mas o mercado espera que haja uma redução no final do ano.

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