De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo das famílias brasileiras teve uma alta de 8,02% em julho passado, em relação ao mesmo período de 2021. Já no acumulado de janeiro a julho, o crescimento foi de 2,57%. Estima-se que no ano, os gastos do setor fiquem entre 3% e 3,3%.
A associação faz um monitoramento de cerca de 35 produtos de alto consumo, chamado de cesta Abrasmercado. Até o momento, ela apresentou uma variação de 11,1% ficando em R$778,32. Na comparação com junho, a alta apresentada é de 0,63%. De acordo com a Abras, há uma propensão de queda relativa ao preço dos alimentos no país.
Todavia, com o programa social de transferência de renda como o Auxílio Brasil, espera-se que o setor supermercadista tenha uma alta ainda maior no consumo, visto que o pacote de benefícios do Governo Federal pode ajudar na recuperação econômica do país até o mês de dezembro deste ano.
O setor de comércio nacional pode ainda obter um maior crescimento devido a eventos do final de ano, como a Copa do Mundo, a Black Friday e as festas natalinas e de réveillon. É esperado que no período aumentem a contratação de pessoal em trabalhos temporários, para que as empresas consigam atender a demanda.
Variação de preços ao consumidor
O setor de consumo familiar está relacionado a vários formatos de comércio, como atacarejo, hipermercado, supermercado, lojas, minimercado e e-commerce. A princípio, a pesquisa relacionada é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com a Abras, julho foi um mês de cinco semanas, o que fez com que o consumo das familias aumentasse, visto que elas foram mais vezes às compras nas lojas de comércio. Ademais, através de seu estudo, foi observado uma retração nos preços de inúmeros produtos em julho. De fato, a inflação no período foi de -0,68%, e se mantida, o consumo tende a crescer.
Aliás, o maior recuo dos preços relacionados aos alimentos está relacionada aos hortifrutigranjeiros, que afetaram negativamente o índice de preços no início do ano por conta de problemas climáticos, fretes caros, e uma menor oferta nas regiões produtoras. O tomate teve uma variação de -23,68% e a batata -16,62%.
Ainda em relação aos produtos alimentícios, o valor das proteínas teve uma alta de 1% em julho. Analogamente, a carne traseira teve um recuo de -0,83%, ovo -0,42%, pernil -0,43% e o frango congelado, que apresentou uma alta de 0,69%. A cesta básica nacional teve um aumento maior em consequência da alta do leite e derivados.
O leite longa vida teve uma alta de 25,46%, o leite em pó teve uma variação de 5,36%. Já em relação ao queijo mussarela, seu preço teve um aumento de 5,28%. Todavia, a variação do queijo prato em julho foi de 5,18%. Outro produto que merece destaque é o sal que teve uma alta no período de 3,96%.
Outros produtos
Em relação aos produtos de higiene e limpeza, o mês de julho apresentou uma variação positiva, com destaque para o preço do sabonete, com 1,97%, xampu, 1,10%, papel higiênico, 1,01%, creme dental, 0,99%.
O sabão em pó foi o produto da cesta básica de limpeza com a maior variação de preços ao consumidor, cerca de 2,14%. Em síntese, o detergente líquido teve uma alta de 1,66%, o desinfetante, 1,20% e a água sanitária 0,22%.
A região do país que teve a maior variação negativa de preços foi a Nordeste, com um recuo da cesta básica de -0,14%, a mais barata em todas as regiões da federação. No mês de julho, ela estava custando R$690,64. Em conclusão, na região norte, houve uma queda de 0,07%, com uma média de R$833,08.
Na região sul do país, a cesta básica teve uma alta de 0,15%, considerada a menor do ano. Ela estava custando cerca de R$880,05, a mais cara do país. O centro-oeste e o sudeste apresentaram a mesma variação de preços, 1,85%. O custo das cestas são de R$716,09 e R$769,86 respectivamente.