Após cinco pregões em queda, o dólar voltou a subir no país. Nesta quarta-feira (8), o cenário internacional exerceu maior influência no mercado de câmbio, impulsionando a moeda norte-americana.
Em resumo, os investidores ficaram de olho nos Estados Unidos, preocupados com a taxa de juros no país. Já no âmbito doméstico, o mercado ainda repercute o terceiro corte seguido na taxa de juros no Brasil.
Na sessão de hoje (8), o dólar subiu 0,66% e fechou o dia cotado a R$ 4,9071. O avanço conseguiu eliminar as quedas registradas nos dois dias anteriores e a moeda americana passou a acumular alta de 0,24% na semana. Contudo, em novembro, a divisa segue em campo negativo, acumulando queda de 2,65%.
O resultado sucede as altas de agosto (4,68%), setembro (1,55%) e outubro (0,28%), e mostra que a desaceleração observada nos últimos meses está culminando em uma forte queda em novembro, ao menos até agora.
Já no acumulado de 2023, a divisa tem um recuo ainda mais intenso, de 7,64% no ano. Inclusive, a queda anual chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo boa parte das perdas.
Investidores estão de olho nos EUA
Nesta quarta-feira (8), os investidores ficaram de olho nos EUA. Em suma, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, discursou na Conferência do Centenário da Divisão de Pesquisa e Estatísticas do Federal Reserve, pela manhã. A propósito, o Fed é o banco central dos EUA.
No evento, o banqueiro não fez comentários sobre a política monetária do país. A expectativa dos investidores é que Powell fale algo sobre os juros em outra conferência, realiza nesta quinta-feira (9).
Vale destacar que os analistas projetam que o Fed manterá os juros no mesmo patamar até maio do ano que vem, quando deverá iniciar o corte da taxa. De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, quase 52% dos mercados estão projetando queda dos juros em maio, taxa superior a da semana passada (41%).
Isso mostra que o mercado está mais positivo em relação ao corte de juros nos EUA, mas isso só deverá começar a acontecer em meados do ano que vem. Até lá, a taxa deverá se manter no mesmo patamar, com alguns analistas até mesmo acreditando em algum avanço nesse período.
Juros nos EUA estão no maior patamar em mais de 20 anos
Atualmente, a taxa de juros está no nível mais elevado em mais de duas décadas. Na última reunião do Fed, a entidade optou por manter os juros estáveis nos EUA.
Contudo, não descartou a possibilidade de elevar a taxa nas próximas reuniões, a depender dos dados econômicos nacionais, algo que os investidores não acreditam que irá acontecer.
De todo modo, o mercado está de olho em qualquer movimentação relacionada aos juros nos EUA, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, não falou nada sobre a política monetária nesta quarta-feira (8). Ainda assim, o dólar subiu no pregão, em meio às incertezas vindas da maior economia do planeta.
A saber, o principal objetivo dos juros elevados é reduzir o poder de compra do consumidor para desaquecer a demanda e, assim, esfriar a economia. Dessa forma, a inflação perde força, já que a demanda se retrai.
O problema é que isso afeta toda a população, e os investidores torcem pelo crescimento econômico dos países, ainda mais porque os EUA são a maior economia do mundo.
Copom reduziu juros no Brasil pela 3ª vez seguida
Na última quarta-feira (1º), o Copom reduziu pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, em 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa de juros do país caiu de 12,75% para 12,25% ao ano.
O corte de meio ponto percentual era esperado pelo mercado, que também projeta uma nova redução de mesma magnitude em dezembro, na última reunião de 2023 do Copom.
A propósito, os cortes seguidos dos juros no Brasil indicam que a política monetária menos contracionista está funcionando, pois continua limitando o avanço da inflação, mesmo que os juros estejam diminuindo.
Cabe salientar que a taxa Selic tem como principal função limitar o avanço da inflação no Brasil. Quanto mais alta ela estiver, mais elevados ficam os juros, no geral, como o imobiliário e o bancário. Assim, o poder de compra do consumidor fica reduzido e ocorre um enfraquecimento na demanda por produtos e serviços, limitando a inflação.
Aliás, o Copom eleva os juros, pois o BC deve agir para atingir a meta da inflação estabelecida em cada ano para o Brasil. Em 2023, a meta central da inflação é de 3,25%, mas a taxa pode variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Logo, caso a inflação varie entre 1,75% e 4,75% em 2023, ela terá sido formalmente cumprida.