Dólar inicia semana em QUEDA, com mercado atento aos EUA
O dólar iniciou a semana em queda, com investidores atentos aos Estados Unidos, aguardando a divulgação dos dados mais recentes da inflação no país. O mercado também analisou as novas estimativas dos analistas do mercado financeiro em relação aos principais indicadores econômicos do país.
Na sessão de hoje (13), o dólar caiu 0,14% e encerrou o dia cotado a R$ 4,9078. Não houve muitas informações impactantes na sessão, e os investidores aguardam a divulgação de dados mais importantes, visto que a agenda desta segunda-feira foi bem fraca.
Em novembro, o dólar acumula uma queda firme de 2,63%. O resultado sucede as altas de agosto (4,68%), setembro (1,55%) e outubro (0,28%), e mostra que a desaceleração observada nos últimos meses culminou na queda em novembro, ao menos até agora.
Já no acumulado de 2023, a divisa tem um recuo ainda mais intenso, de 7,01% no ano. Inclusive, a queda anual chegou a atingir 11% em julho, mas as preocupações com o exterior impulsionaram o dólar nos últimos meses, reduzindo boa parte das perdas.
Investidores ficam atentos aos EUA
Nesta segunda-feira (13), a agenda fraca deu espaço para que os analistas direcionassem a atenção aos Estados Unidos. Isso porque esta terça-feira (14) deverá ficar marcada pela divulgação da inflação no país.
Esse dado é muito importante, pois tende a influenciar o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, a definir a política monetária do país. Quanto mais elevada vier a inflação, maiores os riscos de fortalecimento dos juros no país, algo que os investidores não desejam.
Em suma, especialistas entendem que o Fed está bastante dependente dos dados para tomar qualquer decisão. Portanto, qualquer dado que possa impactar a taxa de juros no país prende a atenção do mercado.
Fed manteve juros inalterados
No início de novembro, o Fed manteve a taxa de referência dos juros inalterada no país, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão também veio em linha com as estimativas do mercado, mas a última reunião do Fed em 2023, que acontecerá em dezembro, não está com analistas tão confiantes assim na manutenção dos juros.
Existe uma grande expectativa em relação a esse encontro, pois vários analistas acreditam que o Fed elevará a taxa de juros no país. E dados mais fortes que o esperado da inflação poderá pressionar ainda mais o Fed a apertar a política monetária no país.
Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os dirigentes da entidade “não estão confiantes” em relação ao nível atual da taxa de juros. Alguns deles acreditam que os juros não estão em patamar elevado o suficiente para conter a inflação no país.
De acordo com Powell, o Federal Reserve “está comprometido em alcançar uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para reduzir a inflação para 2% ao longo do tempo“. “Não estamos confiantes de que alcançamos essa postura“, acrescentou.
Esses comentários preocuparam os investidores, até porque Powell afirmou que, “se for apropriado apertar ainda mais a política monetária, não hesitaremos em fazê-lo“.
A propósito, a taxa de juros nos EUA está no nível mais elevado em mais de duas décadas. Mesmo que o Fed venha mantendo a taxa estável, isso não é apenas positivo, já que o patamar continua muito alto, afetando a população e a economia do país.
O risco de nova elevação preocupa, mas também atrair mais dinheiro para a renda fixa dos EUA. Em resumo, muitos investidores aproveitam os juros elevados para adquirirem títulos do Tesouro norte-americano, algo que só pode ser feito em dólar.
Juros limitam inflação
A saber, os bancos centrais elevam os juros para conter a inflação nos países. Quanto mais alta a taxa de juros estiver, mais elevados ficam os juros no geral, como o imobiliário e o bancário. Isso acontece para que o poder de compra do consumidor fique reduzido e, assim, haja um enfraquecimento na demanda por produtos e serviços.
Em síntese, quanto menor a demanda, menores tendem a ser as variações nos preços. Aliás, os bancos centrais elevam os juros, pois estas entidades devem agir para atingir a meta da inflação estabelecida em cada ano para os países. Esse é o caso do Federal Reserve, nos Estados Unidos, e do Banco Central, no Brasil.
Investidores repercutem projeções de analistas
Por fim, o dia também ficou marcado pela repercussão das novas projeções de analistas do mercado financeiro em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em suma, os analistas projetaram pela quinta semana consecutiva uma taxa inflacionária dentro da meta estabelecida para 2023.
De acordo com o boletim Focus, as estimativas apontaram para uma inflação de 4,59%, dentro do limite para a meta neste ano. Por falar nisso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu para 2023 uma meta central de 3,25% para a inflação no país.
A taxa pode variar entre 1,75% e 4,75%, pois a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.