Cleusa Regina de Vargas de Araújo é a diretora da Escola Municipal Maria Martins Budal, localizada na pequena Garuva, município do estado de Santa Catarina e que possui pouco mais de 16 mil habitantes. Por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19), a sua rotina escolar e de seus alunos foi transformada.
As atividades remotas precisaram ser aplicadas, mas nem todos os estudantes da escola têm acesso à internet. Foi aí que Cleusa decidiu levar ela mesma as atividades e conteúdos escolares diretamente na casa dos alunos. “Não medirei esforços para que todos tenham acesso ao conhecimento”, enfatizou a diretora que analisa seu gesto como possibilidade do aluno não perder o conteúdo do ano letivo.
Mesmo fazendo parte do grupo de risco do coronavírus (ela tem 60 anos), o material didático é entregue para o aluno. Em uma visita que fez aos estudantes da Vila das Pedras, uma comunidade próxima à BR 101, Cleusa se deparou com a história da Dara Lúcia Franco Budal de 24 anos, e mãe do aluno Gabriel, de 6 anos. “Como aqui é muito mato, o sinal da internet cai ou nem entra. É bem complicado, relatou a mãe.
A iniciativa da diretora tem feito a diferença na vida desses alunos impossibilitados de acessar remotamente as atividades escolares. Ela defende que é preciso auxiliar as pessoas em suas dificuldades e ajudá-las no que estiver ao nosso alcance. “Só assim encontraremos uma verdadeira paz que só está no amor que Deus nos dá”, diz.
Pandemia expôs dificuldade de estudantes ao acesso à internet
A pandemia do novo coronavírus trouxe uma nova realidade para as redes de ensino, estudantes e pais: a educação remota. Nunca se falou tanto como agora sobre o ensino a distância e a possibilidade dele se tornar cada vez mais presente no processo de aprendizagem do estudante. Porém, a diferença entre as classes sociais revela um dado desafiador para a educação brasileira: cerca de 30% dos lares no país não têm acesso à internet.
A informação faz parte do levantamento “TIC Domicílios 2019”, elaborado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic). Ele revelou que entre as famílias cuja renda é de até um salário mínimo, metade não consegue acesso à rede em casa. Enquanto que famílias pertencentes à classe A, apenas 1% não possui conexão.
*Com informações da Folha Norte SC