Após uma declaração de Bolsonaro, a diretora da área financeira e de relação com investidores da Eletrobras, Elvira Cavalcanti, pediu explicações sobre a hipótese de interferência levantada. Para isso, uma carta foi enviada ao Ministério de Minas e Energia em que pede explicações sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro de interferir no setor elétrico.
Um dia após anunciar a troca de presidente da Petrobras, o presidente também deu uma declaração polêmica sobre as taxas de energia elétricas cobrada. Veja a declaração abaixo.
Elvira mencionou que informações como esta devem seguir o rito do mercado, uma vez que a empresa possui ações nas bolsas de valores de São Paulo, Nova York e Madri. O principal acionista da Eletrobas é o governo federal.
“Solicitar que seja comunicado formalmente a esta companhia se as notícias em referência são verdadeiras e/ou se existem estudos ou informações ou aprovações internas e externas a respeito do processo que devem ser divulgadas ao mercado, por meio de Fato Relevante”, escreveu, conforme informações do G1.
Outro apontamento é que pessoas com cargo privilegiado ( como o Bolsonaro) devem manter em sigilo qualquer informação não divulgada oficialmente, de acordo com a política de privacidade estabelecida.
“Esclarecemos que a Instrução 358/2002 da Comissão de Valores Mobiliários — CVM, e suas alterações, bem como a Política de Divulgação e Uso de Informações Relevantes das Empresas Eletrobras, estabelecem o dever de sigilo relativo a ato ou fato relevante aos quais determinadas pessoas tenham acesso privilegiado em razão do cargo ou posição que ocupam, até sua divulgação ao mercado”, diz outro trecho da carta.
O problema de anúncios precipitados, é que falas podem influenciar a decisão de investidores, e consequentemente gerar uma queda nas ações da empresa. O mercado financeiro varia de cenário para cenário. Por exemplo, depois das falas de Bolsonaro, as ações da Eletrobras caíram.
A responsabilidade com as declarações é um dos assuntos mencionados na carta.
“Meter o dedo na energia elétrica”
O presidente Jair Bolsonaro deu uma declaração que pode alterar o valor cobrado na conta de luz. Ele afirmou, no último sábado (20), que vai “meter o dedo na energia elétrica”. O chefe do executivo ainda defendeu que este é “outro problema” do país.
Por outro lado, o chefe do Executivo não anunciou medidas concretas, tampouco publicou algum fato relevante sobre o assunto. Mudanças nas empresas deste tipo devem ser divulgadas por meio do comunicado conhecido como “Fato Relevante”.
Isso aconteceu um dia após o presidente anunciar a troca de comando da Petrobras, devido ao preço da gasolina e os seus aumentos consecutivos. Por outro lado, essa ação derrubou a Bovespa quase 5%, no fechamento desta segunda-feira (22).
Imagem: Agência Brasil