Quais setores podem ser mais afetados após o fim do auxílio emergencial?

O auxílio emergencial de R$ 600 começou a ser pago em abril para trabalhadores informais, para ajudar na crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus e diminuir os efeitos do isolamento social. Criado inicialmente para três parcelas de R$ 600, foi posteriormente prorrogado para mais duas parcelas de R$ 600 e, por fim, para mais quatro parcelas de R$ 300, dessa vez de forma mais criteriosa.

De acordo com estudo realizado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), o auxílio emergencial foi responsável por diminuir a pobreza no Brasil de forma temporária. Um total de 15 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza até agosto de 2020, representando uma queda de 23,7% no índice.

Com o fim do auxílio, além do impacto nos beneficiários e possível índice de pobreza, alguns setores também devem sentir. “A compra de bens básicos, duráveis e materiais de construção tem crescido em todas as regiões brasileiras, refletindo a flexibilização das medidas de distanciamento social em momentos diferentes e o deslocamento da demanda para esses bens. Os serviços às famílias seguem mais restritos, diante das medidas ainda presentes, mas também mostram retomada gradual após as flexibilizações, também com disparidades regionais”, avaliou o Bradesco, de acordo com o InfoMoney.

“A rápida reversão da queda do consumo, especialmente de bens, está associada aos programas emergenciais de renda e emprego, entre outros fatores, que sustentaram a massa de rendimentos. O possível encerramento dos programas, no entanto, levanta dúvidas sobre a continuidade de retomada do consumo das famílias, principalmente para as regiões com maior assistência”, continuou o Bradesco.

Mesmo com o auxílio ainda sendo pago, mas em parcelas menores, de R$ 300 por mês, alguns setores já sentiram queda nas vendas. De acordo com Ancelmo Góis, colunista do jornal O Globo, as vendas dos supermercados caíram 5% na primeira quinzena de outubro, quando comparadas a setembro. No Nordeste, a queda deste setor foi de 10%.

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