O ano de 2023 está chegando ao fim, e ele vai levando junto uma série de subsídios que estavam sendo aplicados pelo governo federal. Com isso, a partir de 2024, a tendência natural é que alguns itens importantes para milhões de brasileiros como o diesel e o gás de cozinha registrem um aumento de preços.
Ao menos é o que aponta a proposta de Orçamento que foi enviada pelo próprio governo federal ao congresso nacional no último mês de agosto. O fim dos subsídios para os combustíveis também já foi confirmado oficialmente por fontes ligadas a Secretaria da Receita Federal.
O que deve subir de preço
Diante do fim da desoneração em 2023, listamos abaixo uma lista com alguns dos itens que provavelmente deverão registrar um aumento nos seus preços:
- diesel A: aproximadamente R$ 0,35 por litro;
- biodiesel: aproximadamente R$ 0,15 por litro;
- diesel B (mistura do diesel A e biodiesel): aproximadamente R$ 0,33 por litro;
- gás de cozinha: aproximadamente R$ 2,18 por botijão de 13 Kg.
Histórico de aumentos do Diesel
A desoneração dos combustíveis foi uma medida tomada ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, o então chefe de estado optou por reduzir os preços da gasolina, do etanol e do diesel de forma artificial para evitar os efeitos do aumento causado pela guerra da Ucrânia nestes produtos.
Bolsonaro optou por aplicar estas reduções até 31 de dezembro de 2022, mas o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu manter as desonerações até março. Logo depois, ele decidiu voltar com a cobrança de impostos da gasolina e do etanol.
Já o diesel permaneceu desonerado até julho, quando o governo decidiu retomar a cobrança de impostos. Contudo, a Medida Provisória (MP) que fazia esta indicação acabou caducando e perdeu a validade, fazendo com que o diesel voltasse a ser desonerado até 31 de dezembro deste ano.
Agora, não há mais uma previsão de continuidade desta desoneração. Ao menos até aqui, o plano do Ministério da Fazenda é fazer com que o diesel, o etanol e a gasolina estejam completamente reonerados, ou seja, com toda a cobrança de impostos, no próximo ano.
Além do Diesel
A previsão da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) é de que a conta de luz também deverá subir no ano de 2024. De acordo com a projeção, o aumento médio poderá ultrapassar a marca dos 10%, mesmo considerando um contexto de reservatórios cheios.
A expectativa geral é de que a elevação média seja de 6,58% em todo o Brasil, mas o patamar de aumento pode atingir 10,41% a depender de uma série de discussões jurídicas que ainda estão sendo realizadas sobre os créditos que foram indicados para atenuar o alcance dos reajustes.
De um jeito ou de outro, já é possível cravar que a elevação na conta vai ocorrer acima da inflação, que deve fechar em 4,53% segundo as projeções mais recentes.
Mesmo que o aumento médio seja sentido em todas as regiões, o fato é que haverá uma diferenciação a depender da empresa que atende a distribuição da energia elétrica em sua região. Em Minas Gerais, por exemplo, já ficou definido que os créditos já foram integralmente utilizados.
Desta forma, ainda tomando como base as projeções da Abrace, os mineiros deverão ter um aumento médio de 15% na conta de luz no próximo ano, considerando qualquer cenário.
Em São Paulo, a conta deve subir de 9% a 12% a depender da decisão judicial que vai ser tomada no estado. Já no Rio de Janeiro, a expectativa é de que os reajustes da Light em 2024 variem entre 1,34% e 7,61%. “O sistema elétrico está disfuncional, com altas e quedas acentuadas”, avaliou o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, em entrevista recente.