O volume de vendas para o Dia das Mães deverá atingir a marca de R$ 13,17 bilhões em 2023. Pelo menos é o que aponta a projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Embora o faturamento seja bastante expressivo, representa uma queda de 4,1% na comparação com a movimentação financeira real observada no ano passado.
Confira abaixo o volume de vendas no varejo para o Dia das Mães nos últimos anos:
- 2019: R$ 12,62 bilhões;
- 2020: R$ 8,29 bilhões;
- 2021: R$ 13,40 bilhões;
- 2022: R$ 13,73 bilhões;
- 2023: R$ 13,17 bilhões.
Os dados acima mostram que o resultado deste ano, caso as estimativas se confirmem, será o mais fraco dos últimos três anos, superando apenas o volume de 2020, quando o mundo começou a enfrentar a pandemia da covid-19.
Em resumo, a crise sanitária, decretada em março de 2020, impactou diversos setores e atividades em todo o mundo. Como a pandemia obrigou milhões de pessoas a fazerem isolamento social, o Dia das Mães acabou sendo bastante afetado, assim como as datas comemorativas, no geral.
Antes da pandemia, as vendas físicas se destacavam no país, figurando como a principal escolha dos consumidores. No entanto, com a chegada da crise sanitária, muitas pessoas passaram a realizar as compras de maneira online, enquanto outras simplesmente suspenderam os gastos.
Vale destacar que a pandemia também provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Além disso, muitos trabalhadores sofreram com a redução da jornada de trabalho e, consequentemente, com a diminuição da renda.
Juros devem limitar o faturamento em 2023
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o faturamento para o Dia das Mães deverá recuar neste ano. Contudo, o volume financeiro continua animando os empresários do comércio, que esperam ansiosos pela chegada da data.
Na verdade, o Dia das Mães é a segunda data mais importante para o varejo brasileiro, atrás apenas do Natal. Em outras palavras, a celebração faz as pessoas buscarem itens para presentearem suas mães, e o volume financeiro sempre é expressivo.
“Não apenas pela magnitude da data, mas também pela diversidade de segmentos impactados pelas comemorações, o Dia das Mães é considerado o Natal do primeiro semestre pelo varejo brasileiro”, disse Tadros.
Neste ano, as principais dificuldades para os brasileiros serão os juros elevados. Segundo o Banco Central, a taxa média de juros no primeiro trimestre deste ano chegou ao maior patamar dos últimos cinco anos e meio.
Esse cenário afeta, principalmente, os setores que possuem uma maior dependência das condições de crédito, uma vez que as pessoas costumam comprar os itens de maneira parcelada.
Em suma, os segmentos que deverão registrar as maiores reduções nas vendas em 2023 são:
- Eletroeletrônicos e utilidades domésticas: -13,9%;
- Produtos de informática e comunicação: -9,7%;
- Móveis e eletrodomésticos: – 3,8%.
“A elevação dos juros tem surtido efeito não apenas no nível de atividade do setor, mas também nos preços ao consumidor, com reflexos na cesta de consumo de bens e serviços relacionados à data”, analisou Fabio Bentes, economista da CNC.
Veja os estados que devem se destacar em vendas
A CNC também revelou que o maior volume das vendas nacionais deve se concentrar em poucos estados. Em síntese, três locais devem se destacar em neste ano, concentrando pouco mais da metade do volume financeiro esperado para o Dia das Mães.
Veja abaixo quais são os estados que terão papel importante em 2023:
- São Paulo: R$ 4,22 bilhões;
- Minas Gerais: R$ 1,29 bilhão;
- Rio Grande do Sul: R$ 1,20 bilhão.
A saber, esses três estados serão os destaques do Dia das Mães em 2023 em termos regionais, concentrando 51% do volume financeiro registrado no país.
Contudo, apenas quatro das doze maiores unidades da federação (UFs) deverão ter aumento em suas vendas no Dia das Mães neste ano. Os avanços deverão vir apenas de:
- Rio Grande do Sul: +3,6%;
- Goiás: +2,5%;
- Paraná: +2,1%;
- Santa Catarina: +0,9%.
Entre os ramos, o maior volume de vendas deverá vir novamente de vestuário, calçados e acessórios, cujo faturamento deverá totalizar R$ 6 bilhões. Isso corresponde a uma queda de 3% na comparação com 2022, mas o setor permanece distante do segundo colocado.
Por sua vez, o segmento de farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos aparecem em segundo lugar, com vendas previstas na casa dos R$ 2,2 bilhões.
Em seguida, devem ficar os ramos de hiper e supermercados (R$ 1,87 bilhão) e de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,7 bilhão).