Desenrola: Ministério anuncia mudanças no sistema do programa

Desenrola é o maior programa de negociação de dívidas do governo federal. Entenda o que vai mudar a partir de agora

O governo federal anunciou nesta quinta-feira (15) mudanças no sistema de inscrição no Desenrola. Trata-se do maior programa de negociação de dívidas do país. De acordo com o Ministério da Fazenda, uma nova parceria está sendo firmada neste momento.

A parceria em questão está sendo firmada com o Serasa. A partir de agora, as pessoas que estão endividadas poderão acessar o Desenrola através do site oficial desta instituição parceira. A ideia é que o devedor abra o site através do seu login e seja redirecionado para a plataforma.

A alternativa já está liberada dentro do site do Serasa desde o dia 9 de fevereiro em um sistema de testes. Todos os interessados já podem acessar o procedimento. Estima-se que mais de 26 milhões de pessoas acessam o site todos os dias.

Quem pode participar

Nesta nova etapa, podem participar do programa as pessoas da Faixa 1, quando as negociações são feitas diretamente no site do programa federal.

São pessoas que recebem até dois salários mínimos, ou seja, R$ 2.824 este ano, ou que estejam inscritas no sistema do Cadúnico do governo federal. Vale sempre lembrar que é preciso que a dívida tenha sido contraída entre janeiro de 2019 e dezembro de 2022.

O valor total da dívida também não pode ter ultrapassado a marca de R$ 20 mil. O cidadão poderá negociar o pagamento de débitos como:

  • dívidas bancárias;
  • cartão de crédito;
  • energia;
  • água;
  • telefonia;
  • comércio varejista.

Os setores que mais tiveram negociações registradas no Desenrola foram:

  • serviços financeiros (R$ 6 bilhões);
  • securitizadoras (quase R$ 860 milhões);
  • comércio (R$ 453 milhões);
  • contas de luz (quase R$ 254 milhões).
Desenrola: Ministério anuncia mudanças no sistema do programa
Dívidas em contas de luz também podem ser negociadas pelo Desenrola. Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Desenrola

A versão original do Desenrola Brasil foi lançada pelo governo federal ainda em 2023. A ideia do programa é ajudar as pessoas endividadas no processo de negociação das suas dívidas, junto aos seus credores. Ao limpar o nome dos cidadãos, o governo esperar retomar o potencial de consumo destas pessoas.

Inicialmente, o programa foi criado para durar até o final do ano de 2023. Contudo, o Ministério da Fazenda optou por estender o prazo de negociação para a Faixa 1 por mais três meses. Assim, o Desenrola para pessoas físicas permanecerá ativo, pelo menos, até o final de março de 2024.

Estima-se que mais de 1 milhão de débitos tenham sido totalmente negociados através do sistema do Desenrola. Os valores que somaram R$ 2,1 bilhões acabaram sendo quitados por pouco mais de R$ 262 milhões.

Em números absolutos, o governo federal estima que cerca de 590 mil brasileiros de todas as regiões do país aproveitaram a oportunidade para limpar o nome, e negociar as suas dívidas junto aos bancos, e outros credores.

“O desempenho sinaliza a confiança e aceitação da plataforma Desenrola por parte dos usuários, que encontram nela uma solução eficaz para a gestão financeira. Além disso, esses resultados refletem o potencial do programa de oferecer caminhos viáveis e sustentáveis para que a população brasileira volte a ter crédito”, diz o governo federal.

No geral, no entanto, não se observa até aqui uma forte redução dos números da inadimplência no Brasil.

Desenrola para empresas

Agora, a expectativa de muita gente é que o governo federal lance em breve uma nova versão para o Desenrola, desta vez voltado para empresas que estão endividadas. O novo processo pode ajudar sobretudo os microempreendedores individuais.

Dados mais recentes do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostram que o Brasil conta com mais de 6,6 milhões de companhias endividadas neste momento. Em um nível de comparação, estamos falando de 300 mil empresas a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

O mesmo levantamento indica que estes são os setores que registram mais empresas endividadas neste momento:

  • Serviços 54,4%;
  • Comércio 36,7%;
  • Indústria 7,6%;
  • Primário 0,9%;
  • Outros 0,4%.

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