O desemprego no Brasil recuou em 2022, atingindo 10 milhões de pessoas. O número de desempregados, que se refere a um valor médio anual, teve uma forte redução de 27,9% em relação a 2021, o que representa uma diminuição de 3,9 milhões de pessoas nessa condição no país.
Com o acréscimo deste resultado, o Brasil fechou o ano com uma taxa média anual de desocupação de 9,3%. Em síntese, isso corresponde a uma retração de 3,9 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2021, quando a taxa de desocupação ficou em 13,2%.
Aliás, esse é o menor percentual desde 2015, ou seja, em sete anos. Vale destacar que é o melhor resultado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que esteve no comando do Executivo do país entre 2019 e 2022.
Desemprego recua no quarto trimestre
Ao considerar apenas o quarto trimestre de 2022, de outubro a dezembro, o desemprego ficou ainda menor no país. Em resumo, a taxa nacional de desocupação caiu de 8,7%, no terceiro trimestre, para 7,9%, redução de 0,8 p.p.
Essa retração na taxa de desocupação do país ocorreu devido à queda registrada em oito das 27 Unidades da Federação (UFs) no quarto trimestre. Veja abaixo os locais que tiveram queda no número do desemprego nos últimos meses de 2022:
- Mato Grosso do Sul: 5,1% para 3,3%
- Pernambuco: 13,9% para 12,3%
- Bahia: 15,1 % para 13,5%
- Rio Grande do Sul: 6,0% para 4,6%
- Maranhão: 9,7% para 8,3%
- São Paulo: 8,6% para 7,7%
- Rio de Janeiro: 12,3% para 11,4%
- Santa Catarina: 3,8% para 3,2%
Em suma, os recuos de todas as UFs citadas foram mais expressivos que a queda nacional, com exceção de Santa Catarina, que teve uma redução um pouco mais tímida.7
“A queda desse indicador no 4º trimestre já é um movimento conhecido. De modo geral, há uma tendência de queda da taxa de desocupação que pode ser provocada pela expansão do número de trabalhadores, muitas vezes em trabalhos temporários, ou pela própria redução da procura por trabalha nas últimas semanas de dezembro”, explicou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
“Nesse ano de 2022, a retração da taxa no 4º trimestre foi mais influenciada pela redução da desocupação, uma vez que a população ocupada ficou estável no período”, acrecentou.
Taxa de desocupação cresce no Amapá
Vale ressaltar que outras UFs também fecharam o quarto trimestre com taxas inferiores àquelas do trimestre anterior. Contudo, para fins estatísticos, estes recuos representaram apenas estabilidade.
Aliás, essa situação ocorreu com 18 UFs no trimestre, com destaque para Rondônia (3,9% para 3,1%) e Alagoas (10,1% para 9,3%), cujas taxas de desemprego caíram 0,8 p.p., assim como a média nacional.
A única UF que apresentou avanço no período foi o Amapá, com a taxa de desocupação subindo de 10,8% para 13,3%. Os percentuais também avançaram no Amazonas (9,4% para 10,0%) e no Piauí (9,2% para 9,5%), mas estas variações foram consideradas estabilidade pelo levantamento.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
Bahia lidera ranking nacional de desemprego
No quarto trimestre de 2022, a Bahia seguiu na liderança nacional de desocupação, mesmo com uma das maiores reduções do país. Em síntese, o estado nordestino vem apresentando a maior taxa de desemprego do país nos últimos trimestres, mas esse resultado pode mudar nas próximas atualizações.
Confira as UFs que tiveram taxas superiores à média nacional no quarto trimestre:
- Bahia: 13,5%;
- Amapá: 13,3%;
- Pernambuco: 12,3%;
- Sergipe: 11,9%;
- Rio de Janeiro: 11,4%;
- Distrito Federal: 10,3%
- Paraíba: 10,3%;
- Acre: 10,0%;
- Amazonas: 10,0%;
- Rio Grande do Norte: 9,9%;
- Piauí: 9,5%;
- Alagoas: 9,3%;
- Maranhão: 8,3%;
- Pará: 8,2%.
A saber, as próximas atualizações da PNAD Contínua poderão trazer ainda mais mudanças no ranking nacional de desocupação. Isso porque a taxa subiu significativamente no Amapá, fazendo o país se aproximar da Bahia na primeira posição nacional.
Santa Catarina perde posto
Nos últimos trimestres, a menor taxa de desemprego do país vinha sendo registrada por Santa Catarina. Contudo, os dados mais recentes da PNAD Contínua revelaram que o estado sulista perdeu o posto para Rondônia.
Veja as menores taxas de desemprego do Brasil no quarto trimestre:
- Rondônia: 3,1%
- Santa Catarina: 3,2%
- Mato Grosso do Sul: 3,3%
- Mato Grosso: 3,5%
- Rio Grande do Sul: 4,6%
- Roraima: 4,6%
- Paraná: 5,1%
Por fim, ao comparar os dados do quarto trimestre de 2022 com os observados no mesmo período de 2021, a queda chegou a 3,2 p.p. (11,1%).
“Nessa comparação, todas as unidades da federação tiveram queda significativa, mostrando um cenário bem distinto do ano anterior e sinalizando um processo de recuperação bastante importante desde 2020, quando operávamos com taxas de desocupação elevadas por conta da pandemia”, disse Beringuy.