Grande VITÓRIA para os trabalhadores com carteira assinada

Quantidade de trabalhadores com carteira assinada cresce em 2022, mas avanço é maior entre os trabalhadores sem carteira assinada

O Brasil registrou 35,9 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado em 2022. O número representa um crescimento de 9,2% em relação a 2021, ano marcado pela recuperação do mercado de trabalho após a pandemia da covid-19.

Por falar nisso, a crise sanitária provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Em 2020, os números do mercado de trabalho afundaram, mas houve uma reversão da tendência de queda em 2021, que se consolidou em 2022.

“Embora venha crescendo nos últimos dois anos, o índice ainda não é o suficiente para atingir o patamar de 2014, o maior da série”, informou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

A propósito, a estimativa média anual chegou a 37,6 milhões de empregados com carteira de trabalho no setor privado em 2014, montante 4,7% superior ao observado no ano passado.

Todos estes dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.

Recorde de empregados sem carteira assinada

O levantamento do IBGE também revelou que o número de empregados sem carteira de trabalho assinada cresceu em 2022. No entanto, o aumento percentual foi ainda maior que o de empregados formais, ou seja, com a carteia assinada.

Em 2022, o Brasil teve, em média, 12,9 milhões de trabalhadores sem carteira assinada. Esse nível é recorde da série histórica, que teve início em 2012, e mostra as dificuldades que muitos brasileiros enfrentaram para se inserir no mercado de trabalho. Inclusive, muitos deles só conseguiram através de empregos informais.

Na comparação com 2021, o número de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 14,9%. À época, o Brasil tinha 11,2 milhões de pessoas nessa situação.

“Nos últimos dois anos, é possível visualizar um crescimento tanto do emprego com carteira quanto do emprego sem carteira. Porém, é nítido que o ritmo de crescimento é maior entre os sem carteira assinada”, disse Adriana Beringuy.

Trabalhadores por conta própria e domésticos

Além disso, o IBGE informou que o número médio anual de trabalhadores por conta própria totalizou 25,5 milhões em 2022. Em síntese, o valor ficou 2,6% superior aos números observados em 2021 (24,35 milhões).

Já na comparação com os dados de 2012, quando a série histórica teve início, houve uma disparada de 27,3%, o que corresponde a 5,5 milhões de pessoas. A propósito, o Brasil tinha 20,1 milhões de trabalhadores por conta própria em 2012, menor contingente da série histórica.

O IBGE ainda revelou que o número médio anual de trabalhadores domésticos chegou a 5,8 milhões no período. Em resumo, a taxa cresceu 12,2% em relação a 2021, quando o país contava com 5,2 milhões de trabalhadores domésticos.

Nesta semana, o IBGE também reportou que a taxa média anual de desemprego no Brasil caiu para 9,3%. O número é o menor percentual desde 2015,ou seja, em sete anos, e ocorreu no último ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A PNAD Contínua ainda mostrou que o valor médio anual do rendimento real habitual do trabalhador encolheu 1,0% em um ano, para R$ 2.715. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 28 a menos no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.743 um ano atrás.

Veja os setores que mais geraram empregos

O levantamento ainda informou que apenas o grupamento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura fechou o ano com um saldo negativo, na comparação com 2021. A atividade registrou 8,7 milhões de trabalhadores no ano passado, queda de 1,6% em um ano.

Por outro lado, o principal destaque positivo foi a atividade de outros serviços, que teve o maior percentual de aumento da população ocupada (17,8%). A saber, o número de trabalhadores desse grupamento passou de 4,4 milhões, em 2021, para 5,2 milhões em 2022.

Da mesma forma, as atividades alojamento e alimentação também tiveram um forte aumento no número de vagas criadas. Em 2022, os números deste grupamento cresceram 15,8%, para 5,3 milhões de trabalhadores.

Já em números absolutos, o destaque ficou com o grupamento de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas. Em suma, estas atividades acumularam um ganho de 9,4% (acréscimo de 1,6 milhão de trabalhadores), para 18,9 milhões de pessoas.

Também vale destacar a indústria geral no Brasil, que fechou o ano com 12,6 milhões de trabalhadores. Isso corresponde a um aumento de 6,3% em relação a 2021 (acréscimo de 753 mil pessoas).

O grupamento transporte, armazenagem e correio contava com 5,2 milhões de trabalhadores em 2022. O número ficou 9,9% maior que o de 2021 (mais 464 mil pessoas).

Por fim, o grupamento que engloba as atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais possuía 17,1 milhões de trabalhadores. Em 2022, o número cresceu 5,8%, o que corresponde a um acréscimo de 941 mil pessoas trabalhando nessas atividades.

Por fim, o IBGE ainda pesquisa dados de outros três grupamentos: informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas; construção; e serviços domésticos.

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