No trimestre móvel terminado em agosto, a taxa de desemprego do país ficou em 7,8%. Os números foram divulgados na manhã desta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Em comparação com o trimestre anterior, é possível observar uma leve queda de 7,9% para 7,8%. Quando se compara com o mesmo período do ano passado, o recuo foi maior, de 8,9% para 7,8%, ou seja, uma redução de 1,1% no desemprego no Brasil.
Os números estão sendo comemorados pelo governo federal porque representam mais uma queda no número de desempregados no país. De acordo com o IBGE, este é o menor índice registrado para este trimestre desde fevereiro de 2015, quando a taxa de desemprego registrou a marca de 7,5%.
O resultado em questão veio em linha com as expectativas do mercado financeiro, que calculavam uma taxa de 7,8% para este período. Ao menos é o que indicava a mediana das estimativas da Bloomberg.
Números do desemprego
Quando se considera a taxa de desemprego em números absolutos, é possível afirmar que o Brasil ainda registra 8,4 milhões de pessoas em situação de desemprego. Trata-se do menor número absoluto de desocupados desde o trimestre móvel encerrado em junho de 2015, quando o país tinha 8,5 milhões de pessoas sem emprego.
Quando se compara com o trimestre anterior, o Brasil registrou uma queda de 528 mil pessoas no contingente de desocupados. Já quando se compara com o mesmo período do ano passado, o recuo é de 13,2%, ou de 1,3 milhão de brasileiros
Agora, o país registra 99,7 milhões de brasileiros em plena ocupação. “O nível da ocupação (porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 57%, crescendo 0,6 ponto porcentual frente ao trimestre de fevereiro a abril (56,4%) e ficando estável no ano”, informa o instituto, em comunicado.
E o rendimento?
Ainda de acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (29), o rendimento médio dos trabalhadores no trimestre encerrado em agosto foi de R$ 2.947, o que representa necessariamente uma situação de estabilidade em relação ao trimestre imediatamente anterior.
“A massa de rendimento real habitual (R$ 288,9 bilhões) foi recorde da série histórica, crescendo 2,4% frente ao trimestre anterior e 5,5% na comparação anual”, diz o IBGE.
Perfil dos trabalhadores
- carteira assinada
A pesquisa também indica que o Brasil registrou no último trimestre um aumento no número de empregados com carteira assinada, e chegou ao maior patamar de formalizados em oito anos. Os dados apontam que foram 37,248 milhões de trabalhadores, contra 37,288 milhões em fevereiro de 2015.
Em comparação com o trimestre anterior, o aumento foi de 1,1%, e em comparação com o mesmo período do ano passado, a alta neste segmento foi de 3,5%.
- informais
O número de trabalhadores por conta própria, os chamados informais, ficou estável em relação ao trimestre anterior e caiu 2% no ano. Hoje, 25,4 milhões de brasileiros trabalham neste segmento.
- empregados domésticos
O número de trabalhadores domésticos cresceu 2,8% em relação ao trimestre anterior, e ficou estável em relação ao ano passado.
O que motivou a queda do desemprego
De acordo com a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio, Adriana Beringuy, a queda na taxa de desocupação no país teria relação direta com a alta no número de pessoas trabalhando.
“Vários grupamentos de atividade econômica demostram crescimento da absorção de trabalhadores. Temos a volta de um comportamento mais caraterístico de mercado de trabalho pré-pandemia”, disse Beringuy.
“Esse quadro favorável pelo lado da ocupação é o que permite a redução do número de pessoas que procuram trabalho”, seguiu a representante do IBGE.
Abaixo, você pode conferir outros destaques da pesquisa:
- Taxa de desocupação: 7,8%;
- População desocupada: 8,4 milhões de pessoas;
- População ocupada: 99,7 milhões;
- População fora da força de trabalho: 66,8 milhões;
- População desalentada: 3,6 milhões;
- Empregados com carteira assinada: 37,2 milhões;
- Empregados sem carteira assinada: 13,2 milhões;
- Trabalhadores por conta própria: 25,4 milhões;
- Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões;
- Trabalhadores informais: 38,9 milhões;
- Taxa de informalidade: 39,1%.