De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no Brasil ficou em 14,7% no semestre encerrado em abril. O número de desempregados totalizou 14,8 milhões de pessoas e vem se mantendo em um patamar considerado recorde.
“Essa taxa e o contingente de desocupados mantêm o recorde registrado no trimestre encerrado em março, o maior da série desde 2012”, destacou o IBGE. No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego era menor, na faixa de 12,6%.
Já o número de desempregados aumentou 15,2% (mais 1,9 milhão de pessoas) na comparação anual com o ano de 2020. Além disso, o desemprego ainda aumentou 3,4% (mais 489 mil pessoas) na comparação com o trimestre encerrado em janeiro. O percentual de desemprego se manteve o mesmo entre março e abril deste ano.
Os dados foram informados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre de janeiro, fevereiro e março, a taxa de desemprego atingiu pela primeira vez a marca recorde de 14,7%, representando um total de 14,8 milhões de desempregados.
Taxa de ocupação se mantém parcialmente estável
A população ocupada mostrou estabilidade em relação ao trimestre móvel anterior, representando 85,9 milhões de pessoas. Porém, o número deste trimestre ficou 3,7% abaixo do número que o Brasil registrava no trimestre fechado de abril do ano passado. No trimestre de abril do ano passado, o país registrava os primeiros efeitos do desemprego causado pela pandemia.
“O cenário foi de estabilidade da população ocupada (85,9 milhões) e crescimento da população desocupada, com mais pressão sobre o mercado de trabalho”, avaliou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, observando que o nível de ocupação (48,5%) continua abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado.
No entanto, o número de postos de trabalho perdidos tem diminuído. Deste modo, no trimestre terminado em março, o país havia perdido cerca de 6,6 milhões de postos ocupados, em comparação com igual trimestre do ano passado. O que tem contribuído para os dados de desemprego.
“Os efeitos da pandemia sobre a ocupação começaram em abril do ano passado. Então, por isso, a gente começa agora a ter uma tendência de diminuição dessa diferença do número de ocupados”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Desemprego aumenta no comércio
Na análise de desemprego por desempenho, o comércio foi o que apresentou o pior desempenho. Nesse contexto, a queda do setor foi de 2,3% (menos 373 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. Ademais, os demais grupamentos de atividades ficaram estáveis, segundo o IBGE.
“O comércio é uma atividade que tende a não apresentar crescimento nos trimestres encerrados em abril. Esse comportamento de retração do comércio é sazonal”, ponderou Adriana Beringuy.
Mesmo assim, na comparação interanual do desemprego, houve aumento em 6 grupamentos. Na indústria geral (4,3%), comércio (6,7%), transporte, armazenagem e correios (8,3%), alojamento e alimentação (17,7%), outros serviços (13,9%) e serviços domésticos (10,1%). A única baixa no desemprego foi na agricultura (6,5%)