O Brasil registrou uma grande queda na sua taxa de desemprego no trimestre móvel terminado em junho. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego fechou em 8%.
Ainda segundo as informações do Instituto, esta é a menor taxa para o período em quase 10 anos. A última vez que o patamar estava baixo foi em 2014, quando a taxa de desemprego do trimestre móvel terminado em junho estava na casa dos 6,9%. O recuo desta vez foi melhor do que as apostas que os especialistas estavam indicando.
Quando se compara com o trimestre imediatamente anterior (entre janeiro e março) há uma redução de 0,8 ponto percentual, já que a taxa estava fixada em 8,8%. Já em comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi maior, caindo de 9,3% para 8%.
Números absolutos do desemprego
Analisar os dados pelo viés percentual pode não dar a dimensão exata do resultado desta pesquisa. É por isso que o IBGE também divulgou os dados absolutos da análise. Por este prisma, podemos dizer que mesmo depois da queda, o Brasil ainda conta com 8,6 milhões de pessoas desempregadas.
O número parece alto, mas está abaixo do que foi registrado no último trimestre do ano passado. De lá até aqui, estima-se que mais de 785 mil pessoas conseguiram um emprego, seja ele formal ou informal. Em um intervalo de um ano, o número de desempregados caiu em mais de 1,4 milhão de pessoas.
“O segundo trimestre registrou recuo da taxa de desocupação, após crescimento no primeiro trimestre do ano. Esse movimento aponta para recuperação de padrão sazonal desse indicador”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
Os motivos da queda
Mas qual foi o motivo da queda no desemprego no país neste novo trimestre? Segundo análises do IBGE, a queda no índice de desocupação do país pode ter sido causada por duas frentes: o aumento na abertura de vagas no setor público, e também o crescimento dos empregos informais, ou seja, quando não há assinatura na carteira.
“Esse crescimento dos empregados sem carteira está relativamente pulverizado em diversas atividades que registraram ganhos de população ocupada, como o emprego doméstico sem carteira e os outros serviços”, disse Beringuy.
“O tipo de vínculo que se destaca como responsável pelo crescimento da ocupação vem de um dos segmentos da informalidade, que é o emprego sem carteira assinada”, frisou Beringuy.
Veja a lista de destaques da pesquisa:
- Taxa de desocupação: 8%;
- População desocupada: 8,6 milhões de pessoas;
- População ocupada: 98,9 milhões;
- População fora da força de trabalho: 67,1 milhões;
- População desalentada: 3,7 milhões;
- Empregados com carteira assinada: 36,8 milhões;
- Empregados sem carteira assinada: 13,1 milhões;
- Trabalhadores por conta própria: 25,2 milhões;
- Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões;
- Trabalhadores informais: 38,7 milhões;
- Taxa de informalidade: 39,2%.
Comemoração do Governo Federal
Os dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (28) fizeram o Governo Federal comemorar os resultados publicamente. Veja algumas das declarações:
Fernando Hadadd, Ministro da Fazenda:
“A queda da taxa de desemprego para o menor patamar, no trimestre, desde 2014, sinaliza que estamos no caminho certo”, disse ele.
Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento:
“Hoje, o IBGE divulgou a menor taxa de desemprego (8,0%) para um segundo trimestre desde 2014. É o desemprego caindo, trazendo mais dignidade para as famílias brasileiras. Essa melhora supera as estimativas de mercado (8,2%), com forte aumento do número de trabalhadores.”
Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT:
“Mais um dado positivo do governo Lula, o desemprego caindo, efeito de ações como a retomada das obras paradas e investimentos. Mas ainda temos muita informalidade e muita gente atrás de trabalho. Se Campos Neto (presidente do Banco Central) não estivesse torturando o país com esses juros exorbitantes, o cenário seria ainda melhor.”