Desemprego apresentou baixa? Veja o que indica o IBGE

IBGE publica novos dados sobre desemprego e desocupação.

Nesta quinta-feira, 31 de agosto, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou novos dados sobre desemprego e desocupação no Brasil.

De acordo com o Instituto, então, a taxa de desemprego do trimestre móvel que se encerrou em julho ficou em 7,9%. Isto é, conforme indica a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Este novo dado indica uma redução quanto em comparação com o trimestre anterior, quando a taxa foi de 8,5%, ou seja, uma diminuição de 0,6%. Além disso, quando analisa-se a taxa do mesmo período no ano passado, é possível ver um valor de 9,1%.

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Portanto, trata-se de uma diminuição significativa, que é a menor desde 2014 para um trimestre que termina em julho.

O que significa desemprego?

De acordo com o IBGE, o desemprego diz respeito a quem tem idade para trabalhar, ou seja, mais de 14 anos, mas que não estão trabalhando. No entanto, é importante lembrar que estas têm disponibilidade e buscam um trabalho.

Nesse sentido, o Instituto frisa que não é só porque a pessoa não tem um emprego que será considerada desempregada. Por exemplo, eis algumas situações de pessoas sem emprego, mas que não são desempregadas:

  • Universitário que dedica seu tempo somente aos estudos;
  • Dona de casa que não trabalha fora;
  • Empreendedora que possui seu próprio negócio.

Portanto, mesmo que a empreendedora não tenha carteira de trabalho assinada, por exemplo, ela não é desempregada, pois tem ocupação. Já os outros dois exemplos nem mesmo se encontram no campo da força de trabalho.

A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, comentou sobre o assunto.

“Esse recuo no trimestre encerrado em julho ocorreu principalmente pela expansão do número de pessoas trabalhando”,

É desse modo que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realiza suas análises. Isto é, se tratando de estudo sobre o número de desempregados no país.

Quais são as áreas de maior crescimento?

Indo além das taxas de desemprego recentes, o IBGE indica que o número absoluto de desocupados diminuiu em 6,3% em comparação ao trimestre anterior. Isto é, o que significa 8,5 milhões de pessoas. Assim, vê-se que são menos 573 mil pessoas desocupadas.

No que diz respeito ao número de pessoas com ocupação, este cresceu 1,3% em comparação ao trimestre anterior. Trata-se de um total de brasileiros ocupados que chegou em 99,3 milhões.

Desse modo, o IBGE também indica que as áreas que mais tiveram aumento de ocupação foram:

  • Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, com mais 2,5%, ou mais 296 mil pessoas;
  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com mais 3,4%, ou mais 593 mil pessoas;
  • Serviços domésticos, com mais 3,1%, ou mais 178 mil pessoas.

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A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio, Adriana Beringuy, explica sobre este último grupo.

“Esse grupamento vinha de uma queda de 3,3% no trimestre encerrado em abril e reverteu o movimento. Vale destacar também que, em julho, apesar de apenas 3 grupamentos terem mostrado altas significativas, vários interromperam movimentos de queda, como é o caso de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, Construção, Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e Outros serviços”, declarou.

Entenda os dados da pesquisa sobre desemprego

De acordo com o IBGE, foi possível identificar que há:

  • 7,9% de taxa de desocupação;
  • 8,5 milhões de pessoas desocupadas;
  • 99,3 milhões de pessoas ocupadas;
  • 66,9 milhões de pessoas que estão fora da força de trabalho;
  • 3,7 milhões de pessoas desalentadas;
  • 37 milhões de trabalhadores com carteira assinada;
  • 13,2 milhões de trabalhadores sem carteira assinada;
  • 25,2 milhões de trabalhadores por conta própria;
  • 5,9 milhões de trabalhadores domésticos;
  • 38,9 milhões de trabalhadores informais;
  • 39,1% de taxa de informalidade.

Portanto, é possível perceber que, mesmo com uma diminuição da taxa de desemprego, esta apenas ocorreu em razão de um grande nível de informalidade. Nesse sentido, é importante lembrar que as taxas de emprego não dizem respeito apenas aos que possuem carteira assinada.

Para garantir que o trabalhador tenha acesso a todos os direitos trabalhistas, o formato ideal seria aquele com carteira de trabalho assinada, ou o serviço público.

Renda aumentou?

Sobre a renda, a pesquisa do IBGE sobre desemprego também indica que o rendimento real habitual se manteve estável em comparação ao trimestre anterior, no valor de R$ 2.935.

No entanto é importante lembrar de outro estudo, este do Instituto Cidades Sustentáveis com parceria do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec). A publicação ocorreu no dia 29 de agosto, última terça-feira.

Segundo esta pesquisa, então, 31% dos brasileiros tiveram de realizar alguma atividade extra a fim de complementar sua renda em 2023. O índice diminuiu em relação ao ano passado, quando este era de 45%.

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Segundo o Instituto Cidades Sustentáveis, a intenção é trazer a pauta para a centralidade do debate nacional.

“O objetivo do movimento é transformar o combate às desigualdades em prioridade nacional e promover um conjunto de ações que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. As primeiras iniciativas incluem o lançamento do Observatório Brasileiro das Desigualdades, um diagnóstico construído com base em 42 indicadores de 12 áreas temáticas, e da Frente Parlamentar de Combate às Desigualdades”, declarou.

Informalidade aumenta no mercado de trabalho

É necessário frisar que a diminuição do desemprego apenas ocorreu em razão do aumento da informalidade, o que pode ser interpretado como um dado negativo.

Nesse sentido, do total de 1,3 milhão de pessoas que começaram a trabalhar no último trimestre, 793 mil se tratam de uma função informal. Isto é, o que significa 61% destas novas entradas.

Então, na quantidade final de trabalhadores informais, o Brasil chegou a 38,9 milhões de pessoas. Pouco menos do recorde nacional de 39,2 milhões, entre maio e julho de 2022.

Contudo, este aumento na informalidade é menos evidente ao considerar que a ocupação cresceu em todas as áreas, como explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

“A participação do trabalhador informal aumentou, mas a taxa de informalidade não tem crescimento considerável comparativo porque a população ocupada cresceu como um todo, com o setor público contribuindo para a adição de trabalhadores formais”, declarou.

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