Neste domingo (17), o uso emergencial da CoronaVac e da vacina de Oxford contra covid-19 foram aprovados em reunião da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) transmitida ao vivo.
Tanto a CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac Biotech e produzida pelo Instituto Butantan no Brasil, quanto a vacina de Oxford, da AstraZeneca e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), foram recomendadas com ressalvas pela gerência técnica da Anvisa terão os resultados da vacinação acompanhados de perto.
As ressalvas feitas pela gerência técnica da Anvisa sobre os imunizantes dizem respeito principalmente à falta de dados sobre a eficácia da vacina em idosos, já que o número de pessoas acima de 60 anos era muito baixo em ambos os estudos de eficácia das vacinas. Também faltam esclarecimentos sobre o período de imunidade gerado pelas vacinas.
A aprovação pela Anvisa se deu por meio de votação entre os diretores Meiruze Sousa Freitas (relatora dos pedidos), Romison Rodrigues Mota, Alex Machado Campos, Cristiane Rose Jourdan Gomes e Antonio Barra Torres, após apresentação da gerência técnica da Anvisa sobre cada uma das vacinas e os resultados apresentados pelas fabricantes. A decisão foi unânime: após voto da relatora pela autorização do uso emergencial da CoronaVac (com ressalvas) e da vacina de Oxford, todos os demais diretores seguiram a mesma linha e aprovaram os imunizantes contra covid-19.
Com a aprovação, a CoronaVac e a vacina de Oxford já podem ser aplicadas no grupo de risco formado por profissionais de saúde, indígenas, quilombolas e idosos em todo território nacional.
Começa a vacinação com os imunizantes aprovados pela Anvisa
Antes mesmo da campanha de vacinação do governo federal ser iniciada, assim que terminou a reunião da Anvisa em que os imunizantes foram aprovados, o governo de São Paulo, em evento com presença de João Dória (PSDB), já aplicou a primeira dose da CoronaVac no Brasil, recebida pela enfermeira Mônica Calazans, no Hospital das Clínicas. A segunda dose foi aplicada na técnica de enfermagem Vanuzia Santos, primeira indígena a receber um imunizante contra covid-19 no país. O governo de São Paulo seguirá aplicando a CoronaVac nesta segunda (18) em profissionais da saúde.
Das 6 milhões de doses prontas da CoronaVac que tem em mãos, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan vão destinar 4,6 milhões a outros estados através do programa de vacinação do governo federal e manter 1,4 milhões de doses para serem aplicadas no estado de São Paulo.
Inicialmente previsto para começar nesta quarta (20), o começo do Plano Nacional de Imunização contra covid-19 pode ser antecipado para às 17h desta segunda (18), segundo Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde. As doses já estão sendo encaminhadas aos estados. Eduardo Pazuello, alfinetou João Dória (PSDB) por começar a vacinação em São Paulo antes dos demais estados.
“O Ministério da Saúde tem em mãos, neste instante, as vacinas tanto do Butantan quanto da [farmacêutica] Astrazeneca. Nós poderíamos, em um ato simbólico ou em uma jogada de marketing, iniciar a primeira dose em uma pessoa. Mas em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso. Não faremos uma jogada de marketing”, disse Pazuello.