Enquanto milhões de pessoas não sabem o que vai acontecer com os seus projetos sociais daqui para frente, os gastos públicos no Brasil continuam em níveis elevados. Pelo menos é isso o que mostra um levantamento feito pelo site Metrópoles, através da jornalista Naomi Matsui. A informação foi publicada nesta terça-feira (2).
De acordo com a publicação, os gastos com cotas parlamentares do Senado acabaram de atingir a marca dos R$ 17, 2 milhões. Esse é um dinheiro que serve para que esses parlamentares paguem aluguel, alimentação, passagem aérea e combustível de carros, por exemplo. Tudo por fora do salário.
Segundo o levantamento feito pela própria matéria, isso seria suficiente para que o Governo Federal pagasse algo em torno de 43 mil parcelas do novo Bolsa Família, no valor de R$ 400. E poderiam ser até mais ciclos se considerássemos o Auxílio Emergencial, que pagou no máximo de R$ 375 que o Planalto não quis prorrogar alegando falta de dinheiro.
Essa é mais uma informação que acaba entrando na conta dos argumentos de vários economistas que estão criticando o Governo Federal nos últimos dias. Eles afirmam que o Palácio do Planalto deveria cortar esses gastos para fazer com que esse dinheiro chegasse aos mais pobres. Pelo menos essa é a ideia.
Esses economistas, em sua grande maioria, não concordam com a ideia de se quebrar o teto de gastos públicos para aumentar o valor do Auxílio Brasil. Eles seguem defendendo que existiriam outras maneiras de se elevar o patamar do benefício. O Governo Federal, no entanto, não deve mudar a sua estratégia.
O plano do Governo
O Governo Federal segue com o seu plano A. Pelo menos foi esse o termo que o próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes, usou durante uma entrevista neste último domingo (31), em Roma, na Itália.
De acordo com ele, a ideia é apostar todas as fichas nos pagamentos turbinados do Auxílio Brasil já a partir do próximo mês de dezembro. Esses valores subiriam de uma média de R$ 189 para a casa do repasse mínimo de R$ 400.
Depende do Congresso
Só que isso tudo ainda está dentro do campo das ideias. Para que isso se torne verdade, o Governo Federal vai precisar do Congresso Nacional. De acordo com o próprio Guedes, vai ser preciso aprovar uma série de documentos nos próximos dias.
A começar pela PEC dos Precatórios. O Governo não conseguiu aprovar esse texto na última semana. Agora há uma votação sobre ele marcada para esta quarta-feira (3). Há quem diga que seria uma última chance de aprovação.
Volta do Auxílio?
Caso o Governo consiga aprovar esse texto na Câmara, ainda teria que enfrentar um segundo desafio no Senado Federal. E por lá a situação parece ser ainda mais difícil. Pelo menos é o que se sabe quando se baseia nas últimas derrotar do Planalto por lá.
Se não conseguir aprovar a PEC dos Precatórios, o Governo Federal vai ter que apelar para o plano B. E há quem diga que ele seria o Auxílio Emergencial. Alguns aliados de Bolsonaro querem prorrogar esse benefício por mais alguns meses.