Cotação do DÓLAR: Otimismo derruba moeda nesta segunda-feira (18/09)

O dólar iniciou a semana no campo negativo, emendando a quarta sessão consecutiva em queda. Nesta segunda-feira (18), o otimismo entre os investidores prevaleceu e a moeda norte-americana não conseguiu subir, aliviando o mercado de câmbio.

Os investidores estão de olho nos bancos centrais das grandes nações, que definirão nesta semana a política monetária de diversos países, dentre os quais os Estados Unidos, China e Japão, que são as maiores economias do mundo. Em resumo, a decisão em relação à taxa de juros destes países tem o poder de influenciar todo o planeta.

Além disso, o Banco Central (BC) do Brasil também definirá na próxima quarta-feira (20) a taxa básica de juros do país, a Selic. A expectativa é que haja uma redução de 0,50 ponto percentual, assim como ocorreu na reunião anterior.

Dólar cai para menor patamar em quase três semanas

Na sessão desta segunda-feira (18), o dólar caiu 0,31% e fechou o dia cotado a R$ 4,8556. Esse é o menor patamar da moeda norte-americana desde 29 de agosto, quando a divisa fechou o pregão cotada a R$ 4,8536, ou seja, em quase três semanas.

Com o acréscimo deste resultado, o dólar intensificou a queda acumulada em setembro, que chegou a -1,91%. Já em 2023, o dólar tem uma queda ainda mais expressiva, de 8,00%.

O tombo acumulado em 2023 chegou a 11% em julho. No entanto, a divisa fechou o mês de agosto com ganhos de 4,68% e eliminou parte significativa da queda observada nos meses anteriores. Já agora em setembro, a moeda voltou a cair ante o real.

Por que a taxa de juros afeta o dólar?

Nesta semana, os investidores deverão ficar atentos aos bancos centrais. Em suma, a decisão sobre a taxa de juros afeta diretamente a cotação do dólar.

Na semana passada, o governo norte-americano revelou que a inflação aos consumidores subiu 0,6% nos EUA em agosto, ficando em linha com as estimativas do mercado. Esse dado animou os investidores, já que os juros sobem para conter a taxa inflacionária. Contudo, como a taxa veio em linha com as projeções, não deve ser necessário elevar os juros.

Em síntese, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, vai se reunir nesta semana para definir a política monetária do país. Atualmente, a taxa de juros está no maior patamar em mais de 20 anos, e o Fed não descartou a possibilidade de aumentar ainda mais os juros, mas os analistas torcem para que a entidade mantenha os juros estáveis.

Quanto mais altos os juros estiverem, mais enfraquecida fica a economia norte-americana, pois os juros elevados encarecem o crédito e elevam o custo de vida. Como consequência, os consumidores passam a gastar menos, e isso esfria a atividade do país, impactando vários outros países, já que os EUA são a maior economia global.

Isso acontece porque o enfraquecimento da demanda, já que os produtos e serviços ficam mais caros, tende a enfraquecer a inflação. Aliás, muitos analistas dizem que o esfriamento econômico é um “remédio amargo” para conseguir reduzir a inflação nos países.

Investidores estão atentos aos bancos centrais, que irão decidir sobre a taxa de juros nesta semana
Investidores estão atentos aos BCs, que irão decidir sobre a taxa de juros nesta semana. Imagem: Shutterstock.

Banco central da China também se reúne na semana

Os dados relacionados a juros e inflação sempre impactam de maneira significativa a cotação do dólar, pois são indicadores que exercem grande influência na economia dos países. Nesta semana, o banco central chinês também se reunirá para definir a política monetária local, e os investidores também estão de olho no encontro.

Na semana passada, o governo chinês revelou que a produção industrial do país cresceu 4,5% em agosto, acima das projeções do mercado, que indicavam uma alta de 4,1% no mês. O avanço representa aceleração do crescimento industrial do país, uma vez que a alta em julho foi de 3,7%.

Além disso, o comércio do país cresceu 4,6% no mês passado, taxa bem mais expressiva que as projeções de analistas (3,5%). O resultado também indica aceleração em relação aos dados de julho, quando as vendas do comércio cresceram 2,5%.

Todos esses dados trouxeram alívio para os investidores, já que a China é a segunda maior economia do planeta. Em síntese, dados positivos do gigante asiático tendem a impactar diversos outros países. Assim, quanto melhores esses dados forem, maiores as chances de vários outros países se beneficiarem.

Brasil está no radar dos investidores

Embora o cenário internacional impacte a cotação do dólar, os investidores estão ainda mais atentos ao BC. Na próxima reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deverá anunciar a nova taxa de juros do país.

A saber, o termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.

Para controlar a taxa inflacionária, os bancos centrais elevam os juros nos países, visando reduzir o poder de compra do consumidor. Como o crédito fica mais caro, a demanda se enfraquece, desacelerando a economia, e isso ajuda a controlar a inflação. Aliás, o BC elevou por 12 vezes consecutivas a taxa de juros no Brasil, entre 2021 e 2022, dificultando a vida dos brasileiros.

No início de agosto, o BC promoveu o primeiro corte dos juros no país em três anos, e a expectativa é de mais reduções nos próximos meses.

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