Cotação do DÓLAR: moeda sobe para maior valor em 2 meses

Cotação do DÓLAR hoje: moeda sobe para o maior valor em 2 meses

O dólar fechou a terceira sessão consecutiva em alta. Nesta quarta-feira (9), a moeda norte-americana se fortaleceu diante do aumento das preocupações vindas do exterior. Já no cenário interno, a redução dos juros parece estar limitando a disparada da divisa americana.

No pregão de hoje, o dólar subiu 0,14%, fechando o dia cotado a R$ 4,90. Em resumo, esse é o maior nível da moeda estrangeira desde a sessão de 6 de junho, quando a divisa encerrou o dia cotada a R$ 4,93.

No acumulado de agosto, o dólar registra uma alta firme de 3,71%. Contudo, a moeda ainda tem uma forte queda de 7,08% em 2023. Vale destacar que esse tombo chegou perto de 11%, mas as altas registradas neste mês de agosto eliminaram parte da queda.

China continua preocupando o mercado

No pregão da véspera (8), o principal fator que impulsionou o dólar foram os dados econômicos da China. Em suma, a segunda maior economia global registrou uma forte queda de 14,5% das exportações em julho, na comparação com o mesmo período de 2022.

O resultado surpreendeu os analistas, pois a expectativa era de rápida recuperação econômica da China após o fim da política de “covid zero”. A saber, esta política pressionava negativamente a economia do país, e o mercado esperava resultados positivos após o seu fim, mas isso não está acontecendo.

Como se não bastasse um atestado de fraqueza da demanda global na véspera, a China divulgou um novo dado que preocupou ainda mais o mercado. Nesta quarta-feira (9), o país asiático revelou que os preços ao consumidor caíram pela primeira vez desde fevereiro de 2021, ou seja, em mais de dois anos.

A leve queda de 0,3% em julho foi suficiente para os analistas ficassem ainda mais preocupados, pois indica que as compras internas também recuaram, assim como as vendas do pais para o exterior.

Esse resultado já começou a respingar em países emergentes, como o Brasil, que são os primeiros a serem abandonados pelos investidores em momentos de preocupação.

Analistas estão atentos aos EUA

Além dos riscos trazidos pelos dados chineses, o fantasma da crise bancária ainda está assustando os Estados Unidos. Em 2023, três bancos quebraram no país, mas tiveram uma ajuda rápida do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano. Por isso, o mercado chegou a acreditar que o problema havia sido superado.

Contudo, a agência de classificação de riscos Moody’s reduziu a avaliação de dez bancos que têm porte semelhante aos que faliram. Aliás, há risco de quebra de outros seis bancos, de grande porte. Tudo isso pressionou os investidores, que preferiram buscar a segurança do dólar, deixando os ativos de risco de lado.

Dados preocupantes da China e dos Estados Unidos continuam impulsionando o dólar e derrubando a Bolsa Brasileira
Dados preocupantes da China e dos EUA impulsionam dólar e derrubam Bolsa Brasileira. (Imagem: Agência Brasil).

Mercado ainda comemora queda dos juros

No cenário doméstico, o otimismo ainda prevaleceu no pregão desta quarta-feira (9). Em síntese, os investidores continuam felizes com a queda de 0,50 ponto percentual (p.p.) da taxa de juros no Brasil, de 13,75% para 13,25% ao ano. Aliás, o Banco Central não descartou a possibilidade de reduzir em 0,75 p.p. a taxa na próxima reunião.

Quanto mais baixos estiverem os juros, mais atrativa fica a renda variável, o que engloba o mercado de câmbio e as ações listadas na bolsa de valores. A redução da Selic foi muito positiva para os investidores, mas as preocupações externas estão exercendo maior impacto nos pregões, impulsionando o dólar e derrubando o Ibovespa.

Bolsa Brasileira cai pelo 7º pregão seguido

Não é apenas o dólar que está registrando resultados preocupantes para o país. O desempenho da Bolsa de Valores Brasileira também está bem negativo, para tristeza dos investidores. Na verdade, o dólar e o Ibovespa costumam seguir direções opostas nos pregões, pois os fatores que impulsionam um acabam derrubando o outro, e isso vem acontecendo nas últimas sessões.

Nesta quarta-feira (9), o Ibovespa caiu 0,57%, a 118.409 pontos. Como esse foi o sétimo recuo consecutivo, isso significa que o indicador não fechou um pregão sequer de agosto em alta.

No mês, o índice  está acumulando uma queda de 2,90%, considerada pequena para tantos recuos assim. Em contrapartida, no acumulado de 2023, ainda conserva ganho firme de 7,90%.

No pregão de hoje, 59 das 85 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em queda. A propósito, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira. No dia, a carteira teórica do indicador teve uma movimentação financeira de R$ 18 bilhões.

Por fim, vale destacar que os dados negativos da China afetaram fortemente o Ibovespa. Em resumo, o país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil, e é para lá que o país escoa boa parte das commodities.

Como as companhias de commodities tem um grande peso na composição do Ibovespa, os dados negativos da China derrubaram essas ações, que puxaram a Bolsa Brasileira para baixo.

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